Fundo/Coleção WL - Washington Luís

Original Objeto digital not accessible

Área de identificação

Código de referência

BR SPAPESP WL

Título

Washington Luís

Data(s)

  • 1614 - 1984 (Produção)

Nível de descrição

Fundo/Coleção

Dimensão e suporte

Textual: 47,76 metros de (cerca de 20.000 itens acondicionados em 96 caixas de polionda e 312 encadernados);
Iconográficos – ampliações fotográficas 120 itens
Bibliográficos: 6.727 livros.

Área de contextualização

Nome do produtor

(1869 - 1957)

Biografia

Washington Luís Pereira de Sousa nasceu em 26 de outubro de 1869, na cidade de Macaé (Rio de Janeiro), filho de Joaquim Luís Pereira de Sousa e de Florinda Ludgera de Sá Pinto Magalhães, casal de proprietários rurais. Após fazer os estudos primários em Macaé e secundários no Colégio Pedro II e Colégio Augusto, na cidade do Rio de Janeiro, capital do Império, ingressou na Faculdade de Direito, no Largo São Francisco, em São Paulo, completando o curso em 1891 (1).

Após o término do curso de Direito, voltou ao Estado do Rio de Janeiro e começou a carreira como promotor público, ainda em 1891, na cidade de Barra Mansa, graças ao prestígio político de sua família no estado do Rio de Janeiro. Em 1893, aceitou convite de seu amigo e colega de faculdade Joaquim Celidônio Gomes dos Reis para advogar em Batatais, cidade do interior de São Paulo. Nessa cidade, mantinha uma vida cultural ativa, participando, por exemplo, de saraus como cantor lírico amador. Passou a ter escritório próprio e começou sua atuação política elegendo-se vereador em 1897 e, logo, presidente da Câmara de Batatais. Também se dedicou ao jornalismo, lançando e colaborando com o jornal A Lei, com Altino Arantes e Joaquim Celidônio. Escrevia ainda para outros periódicos da imprensa local. Com o apoio dos vereadores, entre 1897 e 1899 exerceu a Intendência do município, correspondente à chefia do poder executivo da cidade. Como intendente, implementou uma ampla série de medidas – de caráter fiscal, de limpeza urbana e de ensino, dentre outras – em benefício da cidade, descritas e analisadas por Debes (2) e por Mendonça (3).

Em 1900, Washington Luís casou-se com Sofia Oliveira de Aguiar e Paes de Barros, nascida em 1877, uma das filhas de Rafael Tobias de Barros e de Maria Joaquina de Oliveira Barros, intitulados barões de Piracicaba. Conheceram-se em um sarau musical na casa da baronesa. Com Sofia, viria a ter quatro filhos: Florinda Maria (em 1901), Rafael Luís (1902), Caio Luís (1905) e Vítor Luís (1907) (4).

No ano de 1901, o casal mudou-se para a capital paulista, onde, além de buscar exercer a advocacia, Washington Luís esteve à espera de ser convidado para o Partido Republicano Paulista (PRP). Em seu tempo livre, entre 1902 e 1903, dedicou-se à pesquisa nos Arquivos da Câmara Municipal e do Estado, para o livro A Capitania de São Paulo (5), que viria a ser publicado em 1918 e ganharia duas novas edições, em 1938 e em 2004 (pelo Senado Federal), esta última com o nome de Na Capitania de São Vicente. É na Introdução que explica o livro que o próprio Washington Luís afirma ter encontrado farto material para a reconstituição do passado paulista, tanto na Câmara Municipal quanto no Arquivo Público Paulista (atual Arquivo Público do Estado de São Paulo - APESP). Ciente da importância desses documentos e, para evitar que as informações contidas ali se perdessem, ainda mais com o passar do tempo, tomou a iniciativa de publicar esses documentos, quando teve o poder de fazê-lo:
“Foi só em 1914, quando eleito Prefeito da capital e, em 1920, quando Presidente de São Paulo, que pude determinar a publicação das ‘Atas e do Registro Geral da Câmara Municipal de São Paulo’ (...) e providenciar a publicação dos ‘Inventários e Testamentos’, recolhidos ao Arquivo Público Paulista, messe que eu havia procurado para meus estudos (6)”.

Nessa mesma linha de valorização de documentos históricos, os Anais do Museu Paulista começaram a ser publicados, por sua ordem, a partir de 1922 (7). Em sua atividade de historiador nas horas vagas, destaca-se ainda, de 1900 a 1904, a elaboração de artigos para a Revista do Instituto Histórico de São Paulo, de quem era associado desde 1901, e para o jornal Correio Paulistano.

Em 1903, foi convidado a fazer parte do Partido Republicano Paulista (PRP), onde desenvolveu uma bem-sucedida carreira política. Foi eleito deputado estadual, mandato que exerceu de 1904 a 1906, até ser nomeado Secretário de Justiça do Estado (1906-1912). Durante sua longa atuação nessa pasta, liderou “um [...] processo de modernização do aparelho judiciário e repressivo” (8): unificou as Secretarias de Justiça e de Segurança Pública, criou o Serviço de Assistência Policial, aperfeiçoou o Corpo de Bombeiros, estabeleceu “novas normas para a carreira policial, estabelecendo, entre outas medidas, a obrigatoriedade do diploma de advogado para os delegados de polícia” (9). Elegeu-se novamente como deputado estadual no final de 1912, ano em que também ingressou, como sócio correspondente, no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (10).

Entre 1914 e 1919, tornou-se Prefeito da Cidade de São Paulo (em 1914 por via indireta, eleito pelos vereadores; em 1916, por voto direto, como candidato único) (11), tendo empreendido a construção de quantidade significativa de vias transitáveis no município. Washington Luís era um entusiasta do automóvel, veículo naquela época para muito poucos, tanto que era membro do Automóvel Clube de São Paulo: “a partir de 1917, orientou suas ações no sentido da difusão e da propaganda do automobilismo e das estradas de rodagem” (12). Como outras realizações à frente da prefeitura, podem ser destacadas: incrementos urbanos voltados ao centro da capital; uma reforma administrativo-tributária e um empréstimo externo para fazer frente às limitações de orçamento; a instituição de feiras livres para baratear a venda dos produtos agrícolas; a realização da Primeira Exposição Industrial de São Paulo. O brasão atual da cidade foi criado em 1917, graças a um concurso promovido em 1916 por Washington Luís (13). Houve também a necessidade de lidar com situações complexas e delicadas para os poderes constituídos, como a Greve Geral de 1917 e o surto de gripe espanhola em 1918 (14).

Washington Luís elegeu-se Presidente de São Paulo (governador) e atuou de maio de 1920 até maio de 1924. Uma das marcas de sua gestão foi o incentivo ao transporte rodoviário (cerca de 1.300 quilômetros em todo o Estado). Seu governo tinha como lema “Governar é abrir estradas”, pois reforçava a ideia que as ferrovias já não bastavam, já que não se interligavam. Desse modo, as vias rodoviárias ajudariam a desenvolver todo o Estado. Porém, esta política não o poupou de críticas, chegando a ser chamado de “Dr. Estradeiro”, “Dr. Estradas de Bobagem” e “Dr. Estradeiro de Souza” (15). Um contemporâneo seu, Edgard Egas, ao sumarizar a gestão de Washington Luís no Estado, destaca que, além do setor viário, durante sua gestão foram criadas “várias centenas de escolas novas” (16) e que fundou o Museu Histórico Republicano de Itu (atual Museu Republicano Convenção de Itu), no local em que, em 1873, reuniram-se políticos e fazendeiros de café no que seria chamada a Convenção Republicana de Itu, “marco originário da campanha republicana e da fundação do Partido Republicano Paulista”(17). A propósito do Museu Republicano de Itu, Zequini nos lembra que o ano de sua inauguração, em 1923 está bem próximo ao das comemorações do Centenário da Independência do Brasil, em 1922, em um período em que museus de história do Brasil começaram a surgir (conversão do Museu Paulista em museu histórico, em 1922; Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, em 1922) (18).

Após deixar o governo estadual, Washington Luís tornou-se Senador, em 1925, e foi eleito Presidente da República em 1926. Sua política econômica foi marcada pela manutenção de um câmbio elevado, visando favorecer às exportações, porém, prejudicando as importações pela elevação do preço dos produtos (19). Continuou a política de valorização do café. Buscou o equilíbrio orçamentário, com despesas que não superassem as receitas; não elevou a carga tributária, “só rigor na cobrança dos débitos fiscais” (20); reajustou significativamente (em 100%) a remuneração dos servidores federais ativos, que desde 1914 enfrentavam defasagem salarial. No âmbito cultural, instituiu em 1927 o Museu Rui Barbosa (atual Fundação Casa de Rui Barbosa), na casa em que viveu esse político, jurista e jornalista, com a finalidade de preservar seu arquivo e sua biblioteca; possibilitou a publicação de mais de cem volumes como parte das Obras Completas de Rui Barbosa; ordenou a publicação de documentos históricos do Arquivo Nacional, em 1928. No meio viário, por ele priorizado desde a sua atuação como Prefeito de São Paulo, ordenou a construção e inaugurou a estrada Rio-Petrópolis e a São Paulo-Rio, ambas em 1928. Nas palavras de Debes, “além do aspecto econômico desses dois caminhos, ganhava relevo o fator estratégico que representavam, obviando, dentro da relatividade dos meios disponíveis, as dificuldades de comunicação terrestre no território nacional” (21). No sentido político, em seu mandato houve tanto um impulso liberal, com libertação de presos políticos e legalização do Partido Comunista Brasileiro (PCB), como um retrocesso conservador em seguida, com censura à imprensa (conhecida como “Lei Celerada”) e novo enquadramento do PCB na ilegalidade (22).

Washington Luís indicou para sua sucessão o paulista Júlio Prestes de Albuquerque, o que contrariou os interesses dos políticos mineiros, que tinham prioridade na indicação para o próximo pleito, seguindo a alternância entre São Paulo e Minas Gerais estabelecida na chamada “política do café com leite”. Essa cisão foi o estopim para a Revolução de 1930, que promoveu nova acomodação de forças dentro da elite política do país.

Washington Luís foi, claramente, uma das figuras políticas mais emblemáticas da Primeira República, correspondente aos quarenta primeiros anos dessa forma de governo no país, período de conturbações políticas e sociais, mas também, nas palavras de Schwarcz Starling, dos “primeiros passos para a institucionalização do Estado Republicano” (23). As autoras, por sinal, tratam-no como alguém típico do período, a saber, “avesso a negociações, convencido de que a política era assunto exclusivo de uma reduzida elite que controlava o processo eleitoral e a administração do país, vaidoso e muito autoritário” (24).

Mesmo dando-se crédito a tal afirmação, uma reflexão sobre o conjunto das fontes consultadas e seu acervo documental dentro do APESP permite afirmar que, para além de suas limitações mais ou menos inevitáveis e/ou compreensíveis dentro do contexto em que vivia, Washington Luís, com suas qualidades de administrador insistente e sistemático, daqueles que acompanham as obras e os trabalhos sob sua responsabilidade, mais do que de articulador político nem sempre hábil (vide-se o desfecho de 1930), certamente contribuiu para a melhoria e, principalmente, para a implementação de uma série de normas e padrões que visavam avanços econômico-sociais para o país, com especial apreço aos setores viário, agrário e cultural (especialmente no que diz respeito à valorização da memória histórica e da cultura letrada), conforme a sua concepção e a da elite política da qual fazia parte, respeitando as limitações orçamentárias da administração pública, por meio do que hoje chamaríamos de uma política de responsabilidade fiscal.

Washington Luís foi deposto da Presidência quando faltavam apenas 21 dias para terminar seu mandato. Ficou preso no Forte de Copacabana de 24 de outubro a 20 de novembro de 1930, dia em que, forçado a exilar-se, tomou um navio rumo à Europa com sua esposa Sofia e seus filhos Florinda Maria, Caio Luís e Victor Luís, os dois primeiros com seus respectivos cônjuges. Cumpriu um exílio de 17 anos, primeiramente em Paris, depois na Suíça e em Portugal. Os últimos “6 ou 7 anos”, passou-os nos Estados Unidos (25). Sua esposa Sofia faleceu ainda nos primeiros anos do exílio, em 1934, aos 56 anos (em Lausanne, na Suíça) (26). Após 1947, quando voltou do exílio, continuou afastado da vida política e mesmo do convívio social, mantendo contato com poucas pessoas além de sua família. Dedicou-se muito, a partir de então, à organização de seu arquivo, aos estudos históricos e à correspondência pessoal.

Faleceu em São Paulo, no dia 4 de agosto de 1957, aos 87 anos de idade.

História arquivística

O historiador Célio Debes em sua biografia de Washington Luís conta que este ao voltar do exílio manteve-se afastado da política e do convívio social, dedicando-se porém a três atividades: à organização de seu arquivo, aos estudos históricos e à correspondência com seu parente Francisco Soares Brandão Neto. Segundo o autor, Washington Luís deixou, em documento de próprio punho, “possivelmente extraviado”, sua biblioteca e seu arquivo para seu filho mais novo Victor Luís Pereira de Souza. Debes também descreve resumidamente o arquivo, que conheceu quando estava sob a guarda de Victor Luís, “(...) representado em sua maioria, pela correspondência passiva; há, contudo, apreciável messe de papéis de sua lavra, tanto epistolares quanto de outras naturezas (...) desde seus tempos de colegial, no Rio de Janeiro (década de 80, do século passado), até os dias próximos de seu falecimento. Todo esse material, ordenado por ele próprio, se encontra em pastas de cartolina com abas e fecho de elástico, numeradas em ordem crescente; algumas receberam numeração repetida, seguida de letra, em ordem alfabética, havendo caso em que o procedimento ocorre mais de uma vez. Assim, a de número mais elevado, se identifica como 79-A. Constatam-se falhas na sequência numérica. As pastas, no geral, trazem, denominações referentes a seu conteúdo, como "magistrados", “políticos", 'diplomatas". (...) Os documentos, no geral, estão em excelente estado de conservação, a despeito do tempo enorme em que estiveram distantes de seu organizador e, parte dele, agasalhado por amigos, na Europa, durante a segunda guerra mundial! Nessa universalidade, verifica-se um hiato, correspondente ao período em que Washington Luís ocupou a Presidência da República. Os homens da ditadura confiscaram dois enormes caixotes com seus papéis, muitos dos quais, relata Victor, comprometedores dos novos detentores do poder. ” (1)

Por sua vez, Victor Luís Pereira de Souza deixou os documentos de seu pai ao Arquivo Público do Estado, nos seguintes termos: “lega à Divisão do Arquivo do Estado de São Paulo, o arquivo de documentos e a biblioteca que pertenciam a seu pai, o Dr. Washington Luís Pereira de Sousa (...) de que, conservados sempre íntegros em seu conjunto, constituem o ‘Fundo Presidente Washington Luís’” (2).

Após o falecimento de Victor Luís, em 1990, seu testamenteiro e inventariante, Waldemar Turini, deu prosseguimento, em março de 1991, à doação do acervo constante do testamento ao Arquivo Público, sendo, no entanto, os documentos encaminhados inicialmente para o Museu Paulista para limpeza e desinfecção. Em 1994, terminado os trabalhos, o Museu Paulista transferiu os documentos textuais, os livros, e, em menor número, as fotografias ao Arquivo do Estado (3). O Museu Republicano Convenção de Itu possui a maior parte da iconografia acumulada pelo titular, doada por um de seus netos, Cesar Luís.

Ao final de 1996 funcionários da Fundação para o Desenvolvimento da UNESP (FUNDUNESP) alocados no Arquivo Público iniciaram o tratamento dos documentos o que resultou no primeiro instrumento de pesquisa do fundo quando foi realizada a catalogação unitária de cerca de 9.000 itens entre, cartas, ofícios e telegramas. Na introdução do trabalho, que não se pretendia definitivo, além de uma explicação sobre as opções e metodologias adotadas é, também, relatado que em 1997 foi encontrado um segundo lote de documentos que não pôde ser tratado (4).

Já em 1999, Célio Debes, amigo e segundo inventariante de Victor Luís doou ao Arquivo do Estado encadernados da empresa de press clipping Agência Americana, contendo matérias publicadas em jornais, referentes ao mandato de Presidente da República de Washington Luís que estavam sob sua guarda (5).

No APESP, os livros foram encaminhados ao Núcleo de Biblioteca e Hemeroteca, as fotografias ao Núcleo de Acervo Iconográfico e os documentos textuais ao Centro de Acervo Permanente, denominações atuais dos setores.

Desde então, houve novas intervenções no fundo, com a identificação de outros documentos, acréscimos na descrição da correspondência e a transformação da listagem num banco de dados. Já o tratamento das demais espécies documentais nunca foi levada a termo tendo sido os documentos catalogados em blocos, considerados como dossiês, na tentativa de se chegar a um segundo instrumento de pesquisa abrangendo além dos “dossiês”, os “jornais”. Propostas de quadro de arranjo também foram criadas desde o primeiro tratamento, mas nunca foram utilizadas para a organização do fundo.

Na atualidade, foi realizada a conferência por amostragem da correspondência previamente identificada, a recuperação de documentos eventualmente dissociados e principalmente a identificação das espécies ou tipos dos demais documentos do fundo, promovendo sua descrição unitária ou em conjunto, procurando-se sobretudo a contextualização destes em relação às atividades de Washington Luís. Tal processo resultou na produção de um novo instrumento de pesquisa que abrange a totalidade dos documentos do fundo, com cerca de 20.000 documentos (6).

(1) Debes, Célio. Washington Luís: primeira parte 1869-1924. pp. 7-8. Coleção Centenário Vol. 1. São Paulo. Imprensa Oficial do Estado. 1994.
(2) Escritura de testamento de Victor Luís Pereira de Souza. 26º Cartório de Notas da Capital. 17 de maio de 1989.
(3) Relação de remessa de expedientes. Museu Paulista/USP. 1994
(4) Arquivo Washington Luís: listagem sumária de documentos. 1998. A equipe não explicita se o segundo lote foi encontrado nos depósitos do Arquivo Público, sendo fruto de uma dissociação do primeiro, ou em outro local, e neste caso, não é explicado como aqui chegaram.
(5) Termo de Doação de 28/09/1999.
(6) ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Fundo Washington Luís: catálogo de documentos. São Paulo, 2019.

Procedência

Doação, Museu Paulista - José Sebastião Witter, 1994, ref. Termo de incorporação

Área de conteúdo e estrutura

Âmbito e conteúdo

O fundo Washington Luís reúne documentos tanto da esfera privada, quanto da profissional, passando pelas atividades do titular como advogado e como pesquisador interessado na história de São Paulo, com ênfase para sua atuação política, incluindo as presidências do Estado de São Paulo e do Brasil.

Encontra-se uma grande variedade de espécies documentais acumuladas no decorrer das atividades desenvolvidas por Washington Luís, como abaixo-assinados, apólices de seguro, apontamentos, artigos, autorizações de pagamento, balancetes, balanços, bilhetes, boletins, cartas, cartões, cartões postais, certificados, circulares, conferências, contratos, convites, crônicas, declarações, declarações de rendimentos, decretos, demonstrativos financeiros, diplomas, discursos, ensaios, entrevistas, escrituras, estatutos, estudos, extratos bancários, fotografias, gravuras, guias de recolhimento de imposto, históricos, informes, inventários, laudos periciais, leis, letras de câmbio, listas, livros-caixa, manifestos, memorandos, memoriais, mensagens, notas, notas fiscais, noticiários, notícias, ofícios, orçamentos, pagamentos, panfletos, pareceres, polianteias, processos, procurações, programas de eventos, projetos de lei, propostas, quadros de apuração eleitoral, quadros de movimento, quadros estatísticos, recibos, regulamentos, relatórios, representações, requerimentos, rescisões de contrato, resenhas, tabelas de câmbio, telegramas, testamentos, tomadas de contas e etc.

Dentre os cerca de 20.000 itens, há documentos sobre a história de Portugal e do Brasil Colônia (os mais antigos deles, de 1614 a 1647 são cópias do Arquivo Geral de Índias sobre a América Latina), cartas-patente do século XIX e gravuras da cidade de Olinda e Pernambuco do século XVI, entre outros; cadernos de apontamentos com os estudos do titular; documentação de origem pública, como balancetes de governo, livros do Tesouro do Estado de 1922 e processos administrativos; comprovantes de gastos pessoais; genealogia da família Pereira de Sousa, além de diversos outros relativos às atividades pessoais e profissionais.

Destaca-se no conjunto, a farta correspondência enviada e recebida. Aproximadamente 19.000 itens como bilhetes, cartas, ofícios, convites, cartões de visita, memorandos e telegramas, em sua maior parte relacionados à sua vida pública, predominantemente do período presidencial. Além disso, a biblioteca do titular compreende obras de literatura, direito, de cultura geral, além de coleções de história, bem como enciclopédias, dicionários e coleções de periódicos.

Há ainda noticiários produzidos pela empresa de press clipping Agência Americana, contratada pelo poder público no período presidencial, e outras compilações de artigos de jornal feitas pelo titular e seus familiares após sua morte.

Há poucas fotografias, a menor parte delas referente a obras públicas (construção de estradas) e banquetes. A maioria refere-se a homenagens recebidas pelo titular, retratos de outras pessoas, como as de seus afilhados, com dedicatórias; retratos do titular, fotos do período do exílio, entre outras.

Avaliação, selecão e temporalidade

Ingressos adicionais

Sistema de arranjo

Apesar de não estarem classificados arquivisticamente, todos os documentos, textuais e iconográficos, estão identificados. Já a biblioteca do titular está em processo de catalogação.
Agrupados anteriormente em três categorias: correspondência, dossiês (que incluem dossiês de recortes de jornais) e jornais (não agrupados em dossiês), os catálogos foram revisados, ampliados e unificados e estão à disposição na sala de consulta do APESP.
Durante o trabalho de revisão e ampliação do catálogo, além da identificação das espécies documentais, parte dos documentos foi relacionada às principais atividades desenvolvidas pelo titular, e aparecem indicadas em coluna à parte no catálogo. São elas: advocacia, atividade parlamentar, atividade política, exílio, homenagens, Intendência do município de Batatais, pesquisa histórica, Prefeitura de São Paulo, Presidência da República, Presidência do Estado de São Paulo, relações familiares, Revolta de Princesa, Revolução de 1930, Revolução de 1932, Secretaria da Justiça do Estado de São Paulo, volta do Exílio.
Há também documentos póstumos acumulados pelo filho de Washington Luís, Víctor Luís, que encontram-se juntos aos documentos do titular. Quando possível, estes documentos foram indicados na coluna “Atividade”, como “Victor Luiz Pereira de Souza” e “homenagens póstumas”.

Área de condições de acesso e uso

Condições de acesso

Documentos digitalizados ou microfilmados devem preferencialmente ser acessados através de suas cópias preservando os originais.

Condiçoes de reprodução

• Reprodução de documentos textuais: o pesquisador que tenha interesse em reproduzir algum documento do acervo textual poderá fazê-lo com máquina fotográfica própria, mediante acompanhamento dos técnicos responsáveis, preenchendo o Termo de Responsabilidade para Uso, Reprodução e Divulgação de Informações e Dados Pessoais Contidos em Documentos Custodiados pelo Arquivo Público do Estado de São Paulo no qual se compromete a atribuir os créditos ao Arquivo Público do Estado e declara estar ciente das penalidades previstas por lei quanto à divulgação destas informações.

• Reprodução de documentos iconográficos: é permitida a reprodução fotográfica digital em baixa resolução, sem a utilização de equipamentos auxiliares, como flash e tripé mediante o preenchimento do Termo de Responsabilidade.

• Serviço de digitalização: solicitações de digitalização são limitadas a uma quantidade máxima de documentos e exigem o preenchimento do Termo de Responsabilidade. A digitalização de fotografias será realizada pelo Núcleo de Acervo Iconográfico. Caso a fotografia já esteja reproduzida em microfilme ou arquivo digital, a cópia deverá ser obrigatoriamente produzida a partir da matriz.
• Direito autoral: no caso de obras que não sejam de domínio público, a utilização é de responsabilidade exclusiva do usuário e depende da autorização expressa dos detentores dos direitos, ou na forma da Lei de Direito Autoral (Lei 9.610 de 16 de fevereiro de 1998).

Idioma do material

  • português do Brasil

Script do material

Notas ao idioma e script

Características físicas e requisitos técnicos

Instrumentos de pesquisa

ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Fundo Washington Luís: catálogo de documentos. São Paulo, 2019.
Fundo Washington Luís - catálogo de documentos

Versão impressa disponível no salão de consulta.

Instrumento de Pesquisa

Área de fontes relacionadas

Existência e localização de originais

Existência e localização de cópias

Unidades de descrição relacionadas

Fundo Altino Arantes– APESP
Fundo Washington Luís Pereira de Sousa – Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (acervo custodiado pelo APESP)
Fundo Prefeitura Municipal de São Paulo - Arquivo Histórico Municipal (São Paulo)
Coleção Washington Luís - Museu Histórico e Republicano Convenção de Itu

O Museu Republicano Convenção de Itu possui a maior parte da iconografia acumulada pelo titular, doada por um de seus netos, Cesar Luís: trata-se, conforme relato de Bressanin de 4.753 imagens, entre fotografias avulsas e 68 álbuns fotográficos,dentro da Coleção Washington Luís. Há também nesse Museu 291 documentos textuais, referentes à produção intelectual (como listagem de livros, anotações de pesquisa, dossiês de recortes de jornal e originais para publicação), atuação como político profissional (como, por exemplo, balancetes, listas com nomes de oficiais, relatórios e homenagens) e vida pessoal do titular (como relatos de viagem, sentença cível de partilha de bens, títulos de eleitor e álbum filatélico) (1).

Descrições relacionadas

Nota de publicação

Bressanin, Melissa Stecca. Trajetória da Coleção. In: Zequini, Anicleide; Bonna, Daisy Aparecida Ferraz de; Bressanin, Melissa Stecca. Catálogo da Coleção Washington Luís. Museu Republicano Convenção de Itu. Museu Paulista. Universidade de São Paulo. Itu. 2016.

Área de notas

Nota

Estado de conservação
A maior parte dos documentos está em bom estado de conservação, podendo apresentar sujidade e necessidade de pequenos reparos.

Identificador(es) alternativos

Pontos de acesso

Pontos de acesso local

Ponto de acesso nome

Pontos de acesso de gênero

Área de controle da descrição

Identificador da entidade custodiadora

BR SPAPESP

Regras ou convenções utilizadas

Status

Final

Nível de detalhamento

Completo

Datas de criação, revisão, eliminação

Idioma(s)

  • português do Brasil

Fontes

Nota do arquivista

Centro de Acervo Permanente/ APESP
Centro de Acervo Iconográfico e Cartográfico / APESP
Centro de Difusão e Apoio à Pesquisa / APESP

Objeto digital (Mestre) área de direitos

Objeto digital (Referência) área de direitos

Objeto digital (Miniatura) área de direitos

Zona da incorporação

Pessoas e organizações relacionadas

Gêneros relacionados

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