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Registro de autoridade
escritor

Marques, Geraldo de Majella Fidelis de Moura

  • Dado não disponível
  • Pessoa
  • 1961-

Geraldo de Majella Fidelis de Moura Marques, natural de Anadia, migrou para Maceió em 1969, onde desenvolveu sua militância no movimento estudantil, tendo sido presidente do Centro Cívico do Colégio Guido de Fontgalland.
Cursou História entre os anos 1980-1985 no Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC), onde foi presidente do Diretório Acadêmico desse curso.
Foi militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) entre 1979 e 1991, integrando sua Direção Nacional. Entre 1984-1985, realizou formação política na extinta URSS.
Entre 1991-1999 esteve filiado ao Partido Popular Socialista (PPS), participando por um breve período de sua Direção Nacional. Em 2007 bacharelou-se em Direito.
Exerceu diversos cargos públicos, dentre os quais os de coordenador de Cidadania e Direitos Humanos da Prefeitura Municipal de Maceió, secretário da Reforma Agrária do Estado de Alagoas e presidente da Fundação Universidade Estadual de Alagoas (FUNESA – atual UNEAL).

Wright, Jaime

  • Dado não disponível
  • Pessoa
  • 1927-1999

Nascem em Curitiba, no dia 12 de julho de 1927, filho de missionários presbiterianos norte-americanos, Jaime Wright formou-se pela Universidade de Arkansas, e pós graduou-se na Pensilvânia, exerceu o ministério no interior da Bahia, destacando-se em Caetité, no final da década de 1960 e começo da seguinte. Ali marcou pelas denúncias contra desvios em órgãos do governo estadual, o que lhe valeu as primeiras perseguições por parte de um regime que não tolerava a exposição de suas mazelas. Na loja maçônica de Caetité, em 1968 fez a instituição aprovar uma declaração que condenava a transgressão aos direitos humanos.

Em 1973 seu irmão, Paulo Wright, deputado estadual cassado por Santa Catarina e militante de esquerda, desaparece nos porões da ditadura. Jaime parte, então, para uma luta que o fez reunir uma farta documentação sobre a tortura e assassinatos praticados pelo Estado. De forma secreta, une-se ao cardeal arcebispo de São Paulo Dom Paulo Evaristo Arns e ao Rabino Henry Sobel, que resultou em 1985 na publicação do livro Brasil: Nunca Mais – um marco na história dos direitos humanos no país, em que a tortura e os torturadores são expostos com base no farto material por ele reunido.

Nesta ocasião, por volta de 1974, Jaime Wright foi dos primeiros pastores a rebelar-se contra a postura do reverendo Boanerges Ribeiro que, de forma impositiva, emprestou apoio das entidades presbiterianas ao regime militar tendo participado da fundação de entidade dissidente, a FENIP, núcleo do qual originou-se a atual Igreja Presbiteriana Unida do Brasil.

Foram consultados mais de 700 processos, listados mais de 1.800 casos de tortura, e constatados o desaparecimento de 125 pessoas durante o período sombrio de 1964 a 1979. Engendrou o encontro de Dom Paulo com Jimmy Carter, onde foi entregue uma lista de desaparecidos políticos do regime ditatorial.

Seu nome figura dentre os brasileiros que mais contribuíram para que o país repudiasse a tortura, em nome da cidadania e dos direitos fundamentais do homem Escreveu o filme “O Punhal” em 1959, produzido em Itacira, município de Wagner (Bahia), pelo reverendo Ricardo William Waddel.

Morreu em 1999 em Vitória, no Espírito Santo, vítima de infarto. Em dezembro de 2012, o pastor Derval Dasilio lançou o livro “Jaime Wright – o pastor dos torturados”, que conta a história do pastor presbiteriano que denunciou as injustiças na época da ditadura militar no Brasil.

Arns, Paulo Evaristo

  • Dado não disponível
  • Pessoa
  • 1921-2016

Nasceu no dia 14 de setembro de 1921, na distante Forquilhinha, no interior de Santa Catarina, o quinto filho dos agricultores Gabriel Arns e Helena Steiner. Ao todo, o casal teria 16 filhos, mas dois deles fariam parte da história do País: uma, a médica pediatra e sanitarista Zilda, a décima terceira da prole, que morreria aos 75 anos no terremoto do Haiti em 2010. E aquele quinto filho, Paulo Evaristo, que se tornaria um ícone dos direitos humanos e da luta pela democracia no Brasil, conhecido como o cardeal arcebispo de São Paulo Dom Paulo Evaristo Arns.

Frade franciscano, dom Paulo, que morreu em 2016 aos 95 anos, não só comandou por décadas a maior arquidiocese do País – até ser dividida, em finais dos anos 1980, pelo papa João Paulo II – como também foi o líder espiritual e, por que não? – físico do rebanho de ovelhas que não tinham voz nem liberdades, durante os anos de chumbo da ditadura militar. A cerimônia ecumênica que ele realizou em 1975 ao lado do pastor presbiteriano Jaime Wright e do rabino Henry Sobel em homenagem ao jornalista Vladimir Herzog – assassinado nos porões do DOI-Codi paulista – se tornou um marco em prol dos direitos humanos e na luta contra a truculência dos governantes de então. Mas dom Paulo foi além: ao lado de Wright, ele coordenou entre 1979 e 1985, de forma clandestina, o projeto Brasil: Nunca Mais, que tinha como objetivo evitar o possível desaparecimento, durante o processo de redemocratização do País, de documentos sobre a ditadura e sobre as violações cometidas nas duas décadas de regime militar. O projeto acabou gerando um livro basilar com o mesmo nome.