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Notice d'autorité

Santos, Nelson Pereira dos

  • Dado não disponível.
  • Personne
  • 1928 - 2018

Paulista nascido no Bixiga em 1928, filho do alfaiate Antônio Pereira dos Santos (1897-1970) e da dona de casa Angelina Binari dos Santos (1900-1992), teve contato desde cedo com o cinema, já que seu pai tinha o hábito de leva-lo ao Cine Teatro Colombo, não raro passando tardes inteiras de domingo assistindo aos filmes em cartaz. Plantava-se a semente.
Durante a adolescência, Nelson participa de cineclubes e iniciativas de teatro amador. Em 1947, liga-se ao grupo Os Artistas Amadores, do qual fazem parte os atores Paulo Autran (1922-2007) e Madalena Nicol (1917-1996). Simultaneamente, desperta o seu público interesse pela política. Filia-se ao Partido Comunista Brasileiro, de onde sairia apenas em 1956. Ainda em 47, ingressa na carreira jornalística, sendo revisor do Diário da Noite. O dinheiro é utilizado para ajudar em casa e pagar a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, a na época famosa Academia do Largo São Francisco. Mesmo que o estudo na área não tenha o marcado consideravelmente, ficava feliz de frequentar o mesmo espaço acadêmico outrora desfrutado por Castro Alves, um dos escritores que mais o influenciou. Nelson mantém a seara jornalística como atividade mesmo após ingressar no cinema. Atua como redator no Diário Carioca (1956-1958) e no Jornal do Brasil (1958-1969), revelando paixão pelas palavras. Mas, em 1949, empreende uma viagem à França que define os rumos de sua vocação cinematográfica. Frequenta a Cinemateca Francesa, de Henri Langlois, e toma contato com a efervescência cultural pós-guerra em Paris. Foram dois meses imprescindíveis.

Logo ao retornar ao Brasil, realiza seu primeiro filme. Juventude (1950) é um documentário média-metragem em 16mm sobre diversos trabalhadores da cidade de São Paulo, destinado ao Festival da Juventude, encontro de estudantes comunistas na Berlim Oriental. Essa produção teve o negativo perdido, mas, segundo o próprio Nelson, configura um evento vital, pois a partir dela houve a descoberta definitivamente do cinema. Imediatamente após, veio um documentário inacabado, o que encerrou a espécie de prólogo amador de uma carreira que rapidamente se tornaria profissional. Decidido a mergulhar profundamente na experiência cinematográfica, Nelson atua como assistente de direção em Balança, Mas Não Cai (1952), de Paulo Vanderlei, O Saci (1953), de Rodolfo Nanni, e Agulha no Palheiro (1953), de Alex Viany. A partir de 1953, fixa residência no Rio de Janeiro, cidade em que os contrastes sociais gritam cotidianamente, onde Nelson encontra mais correspondência aos seus ideais políticos e artísticos. Bem diferente do cinema realizado em São Paulo, pela Vera Cruz, cuja preocupação com a qualidade era primordial, Nelson quer mostrar na telona as aspirações do povo, suas histórias e a luta de uma gente que pena para viver num país desigual e cheio de contradições.
[...]

A última ficção de Nelson Pereira dos Santos para o cinema é Brasília 18% (2006). Protagonizada por Carlos Alberto Riccelli e Malu Mader, fala sobre os bastidores de uma investigação pericial que pode implicar questões de cunho político. A partir dele, o mestre se dedica aos documentários, primeiro, com Português, a Língua do Brasil (2009), e, segundo, debruçando-se duplamente sobre a obra de outro gênio da raça, o maestro Tom Jobim, com A Música Segundo Tom Jobim (2012) e A Luz do Tom (2012). Em 2006, Nelson se torna o primeiro cineasta a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras. Era dele o lugar de número sete, que pertencera a Sergio Correia da Costa e cujo patrono era Castro Alves. Durante 49 anos, foi casado com a antropóloga Laurita Andrade Sant’Anna dos Santos, que faleceu em junho de 1999. Internado no Hospital Samaritano, na zona sul carioca, para o tratamento de uma pneumonia, Nelson foi diagnosticado com um câncer agressivo no fígado. Ele morreu aos 89 anos, deixando um legado de valor incalculável ao cinema e à arte do Brasil.

Abramo, Cláudio

  • Dado não disponível
  • Personne
  • 1923-1987

Jornalista brasileiro responsável por mudanças no estilo, formatação e conteúdo dos dois maiores jornais paulistas, O Estado de S. Paulo (1952-1963) e a Folha de S. Paulo (1975-1976).
Fluente em italiano, francês e inglês, se reivindicava trotskista e sempre fez questão de frisar que compreendia e trabalhava conforme a natureza do capitalismo. Admitia que deixara de fazer tudo para fazer só o jornal, num ritmo que o forçou a abrir mão até da militância política. Seu estilo, à maneira concisa e imparcial do jornalismo norte-americano, presente hoje na maioria dos grandes jornais brasileiros, substitui os textos longos e opinativos. Declarava ter por mestres no jornalismo Lívio Xavier, Ermínio Saccheta e Mário Pedrosa (Todos vinculados à esquerda brasileira.) "Ele se orgulhava de duas coisas: ser autodidata e ter sido testamenteiro de Oswald de Andrade, de quem foi amigo," declarou à Folha o artista plástico Geraldo de Barros quando de seu falecimento.

Oboré Editora

  • Dado não disponível
  • Collectivité
  • 1978-
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