Fundado oficialmente em 2 de fevereiro de 1962, no Rio de Janeiro, com estatutos registrados em 9 de dezembro de 1961, o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPÊS) resultou da fusão de grupos de empresários organizados no Rio e em São Paulo e rapidamente ganhou a adesão das classes produtoras das outras unidades da federação. Era dirigido por um Comitê Nacional, um Conselho Orientador, um Comitê Diretor e um outro Executivo.
O Instituto promoveu intensa campanha antigovernamental. Associando as propostas do governo ao comunismo, a entidade utilizou os mais diversos meios de comunicação na defesa da democracia e da livre iniciativa. Publicou artigos nos principais jornais do país, produziu uma série de 14 filmes de \"doutrinação democrática\", apresentados em todo o país, financiou cursos, seminários, conferências públicas, publicou e distribuiu inúmeros livros, folhetos e panfletos anticomunistas.
O IPÊS também atuou no financiamento de outras entidades contrárias ao governo João Goulart, tais como os círculos operários carioca e paulista, a Confederação Brasileira de Trabalhadores Cristãos, a Campanha da Mulher pela Democracia (CAMDE) do Rio, a União Cívica Feminina de São Paulo, o Instituto Universitário do Livro e o Movimento Universitário de Desfavelamento. O IPÊS-RJ auxiliava igualmente a Associação de Diplomados da Escola Superior de Guerra.
A participação do IPÊS na derrubada do governo Goulart, em 31 de março de 1964, pelos militares, foi, preferencialmente, resultado de um trabalho propagandístico. Todavia, isso não impediu que alguns de seus membros, individualmente, atuassem de maneira mais direta. O reconhecimento dos seus préstimos pelo regime militar ocorreu em 7 de novembro de 1966, quando foi declarado órgão de utilidade pública pelo decreto n. 40.131, de 25 de maio de 1962.
O IPÊS paulista foi completamente desativado em 1970, ao passo que o do Rio encerrou suas atividades em março de 1972.