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presidente da República

Cardoso, Fernando Henrique

  • Dado não disponível
  • Persoon
  • 1931-

Fernando Henrique Cardoso nasceu na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em 18 de junho de 1931. Formou-se bacharel em Ciências Sociais, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP), em 1952, especializando-se em Sociologia no ano seguinte e tornando-se doutor em 1961. Cursou a pós-graduação no Laboratoire de Sociologie Industrielle da Universidade de Paris (1962-1963). Em meados da década de 1950, auxiliou na edição da revista "Fundamentos", do Partido Comunista Brasileiro (PCB), no entanto, ao qual nunca se filiou. Antes mesmo de se graduar, foi professor da Faculdade de Economia da USP (1952-1953), graças ao sociólogo Florestan Fernandes, de quem se tornou primeiro-assistente em 1955, tendo sido também assistente do professor Roger Baptiste e analista de ensino da cadeira de Sociologia, da Faculdade de Filosofia da USP, em 1953. Em 1954, foi eleito representante dos ex-alunos, tornando-se o mais jovem membro do Conselho Universitário da USP. Já na década de 1960, integrou a direção do Centro de Sociologia Industrial e do Trabalho (Cesit), fundado na USP por Florestan Fernandes e pelo sociólogo francês Alain Touraine (1962). Após o golpe militar de 1964, exilou-se no Chile, integrando a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) da Organização das Nações Unidas (ONU), e sendo diretor-adjunto da divisão social do Instituto Latinoamericano de Planificación Econômica y Social (ILPES), em Santiago (1964). Nesse período, lecionou no Chile, Argentina, México e França. Retornou ao Brasil em 1968, quando foi professor da cátedra de ciência política na USP, mas em 1969 foi aposentado compulsoriamente, por força do AI-5. Nesse mesmo ano, foi membro fundador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), passando a lecionar também em universidades americanas e européias. Publicou, entre outros trabalhos, Capitalismo e escravidão no Brasil meridional, sua tese de doutorado, e Dependência e desenvolvimento na América Latina, com o historiador chileno Enzo Faletto. Obteve doutoramento honoris causa em mais de 20 universidades entre as quais Cambridge, Oxford, Lyon, Berlim, Moscou, Coimbra, Bolonha e Salamanca. Em 1971 foi membro do Conselho Superior da Facultad Latinoamericana de Ciências Sociales (Flacso) e do conselho diretor do Conselho Latinoamericano de Ciências Sociales (Clacso), sediado em Buenos Aires. Candidatou-se ao Senado em 1978 na legenda do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), como suplente de Franco Montoro. Em 1980, com o fim do bipartidarismo, foi um dos fundadores do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Exerceu ainda a presidência da Associação Internacional de Sociologia (1982-1984). Em 1983 assumiu a vaga de senador aberta com a candidatura de Franco Montoro ao governo do estado de São Paulo. Candidato à prefeitura de São Paulo nas eleições de 1985, foi derrotado por Jânio Quadros, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Reelegeu-se senador pelo estado de São Paulo em 1986, ainda na legenda do PMDB, tornando-se líder do governo e do PMDB no Senado (1985-1988), fundando em 1988 o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), ao lado de Franco Montoro e Mário Covas, entre outros, tornando-se líder da nova legenda no Senado (1988-1992). Senador constituinte (1987-1988), foi o relator do regimento interno da Assembleia Constituinte. Foi ministro das Relações Exteriores (1992-1993) e ministro da Fazenda (1993-1994) durante o governo Itamar Franco. Candidato à presidência da República pela coligação PSDB/PFL/PTB, elegeu-se no primeiro turno eleitoral, em 3 de outubro de 1994, tendo obtido 54,3% dos votos válidos. Reelegeu-se presidente da República em 1998 pela coligação PSDB/PFL/PTB/PPB.

Noronha, José Isaías de

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  • 1873-1963

José Isaías de Noronha nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 6 de julho de 1873. Ingressou no curso preparatório da Escola Naval em 1887, chegando a aspirante de primeira-classe em 1889 e guarda-marinha em 1892. Durante sua carreira militar, exerceu diversas funções, tais como: ajudante da Diretoria de Hidrografia, na Repartição da Carta Marítima (1897-1898). Ajudante-de-ordens dos comandantes da 3ª e da 1ª divisões navais, entre 1899 e 1902, sucessivamente. Passou depois a ocupar o mesmo cargo, junto ao ministro da Marinha, que era seu tio. Instrutor da artilharia no encouraçado "Riachuelo" (1906-1907 ?). Assistente da Inspetoria de Portos e Costas (1907-1909). Comandante interino do contratorpedeiro "Piauí" (1910). Chefe da Diretoria de Faróis da Superintendência de Navegação (1910-1911). Comandante interino do contratorpedeiro "Sergipe", que se deslocou para Assunção para ajudar na defesa desta cidade, ameaçada por rebeldes (1911-1912). Incorporou-se a 3ª Seção (operações) do Estado-Maior da Armada (EMA), integrando a Defesa Móvel do Rio de Janeiro (1912-1913), assumindo, em seguida, a vice-diretoria das escolas profissionais e o comando do quartel da Defesa Móvel (1913-1914). Comandante do cruzador "República" (1914-1915). Chefe da 2ª Seção (informações) do EMA (1915-1916). Comandante do vapor "Carlos Gomes" (jan-jul 1916). Chefe da 3ª Seção do EMA (jul-nov 1916). Comandante do cruzador "Barroso" (nov 1916-mar 1917). Chefe da 2ª Seção do EMA (mar-nov 1917). Diretor da Escola de Grumetes (1917-1919). Comandante do encouraçado "Minas Gerais" (1919-1920). Capitão do porto do Pará (1920-1921). Completou o curso da Escola de Guerra Naval (1922), passando a vice-diretor desta escola no mesmo ano. Diretor do Depósito Naval do Rio de Janeiro (1922-1923). Diretor da Escola Naval (1923-1925/1926-1927), Diretor-geral de Pessoal (1926). Comandante-em-chefe da Esquadra (1927-1928). Com a Revolução de 1930, participou da junta governativa que governou o país até a entrega do poder a Getúlio Vargas, assumindo, cumulativamente, a chefia do Ministério da Marinha, onde foi mantido pelo Governo Provisório até se demitir em dezembro de 1930. Eleito presidente do Clube Naval em 1931; renunciou em 1932, alegando que seria transferido para a reserva, porém, foi reeleito diversas vezes até 1937. Foi reformado em 1941.
Faleceu no Rio de Janeiro, em 29 de janeiro de 1963.

Quadros, Jânio da Silva

  • Dado não disponível
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  • 1917-1992

Jânio da Silva Quadros nasceu em Campo Grande, estado do Mato Grosso do Sul, em 25 de janeiro de 1917. Transferiu-se com a família para São Paulo, onde ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo aos 18 anos, bacharelando-se em 1939. Inicia sua carreira política nesse estado. Foi vereador (1948-1950) pelo Partido Democrata Cristão (PDC), deputado estadual na mesma legenda e líder de sua bancada (1951-1953), prefeito de São Paulo (1953-1954) pelo PDC e pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) e governador desse estado (1955-1959). Elegeu-se deputado federal pelo estado do Paraná na legenda do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), em 1958, mas não chegou a participar das sessões do Congresso, porque viajou para o exterior. Foi eleito presidente da República, com o apoio da União Democrática Nacional (UDN), tendo como vice o candidato da oposição João Goulart. Primeiro chefe de Estado a tomar posse em Brasília, em 31 de janeiro de 1961, renunciou ao cargo sete meses depois, abrindo uma grave crise política no país. Candidatou-se ao governo do estado de São Paulo em 1962, mas foi derrotado. Por ocasião do golpe militar de 1964, teve seus direitos políticos cassados por dez anos. Dedicou-se a atividades privadas e após ter feito pronunciamentos políticos em 1968, é confinado na cidade de Corumbá-MS. Retornou à política após a anistia e, em 1982, candidatou-se, sem sucesso, ao governo de São Paulo. Em 1985 elegeu-se prefeito de São Paulo, pelo PTB.
Faleceu na cidade de São Paulo, em 16 de fevereiro de 1992.

Figueiredo, João Baptista de Oliveira

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  • 1918-1999

João Baptista de Oliveira Figueiredo nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 15 de janeiro de 1918. Estudou no Colégio Militar de Porto Alegre, na Escola Militar de Realengo (1935-1937), quando recebeu o espadim de Getúlio Vargas por ter sido o primeiro aluno. Integrou os Dragões da Independência, sediado em Brasília-DF. Esteve no III Exército, sediado em Porto Alegre-RS. Foi instrutor de cavalaria na Escola Militar de Realengo (1944). Fez curso na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais - EsAO (1946). Instrutor da cadeira de fortificações da Escola Militar de Resende, mais tarde Academia Militar das Agulhas Negras - AMAN (1947-1948). Retornou a EsAO de 1949-1952, como instrutor de cavalaria. Ingressou na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército - ECEME em 1953, passando a instrutor no ano seguinte. Membro da missão militar brasileira de instrução junto ao Exército paraguaio (1955-1958). Cursou a Escola Superior de Guerra - ESG (1960). Trabalhou no Conselho de Segurança Nacional (1961). Instrutor da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército - ECEME (1961-1964). Durante o governo Jânio Quadros integrou a Secretaria Geral do Conselho de Segurança Nacional. Participou do movimento político-militar que originou o golpe de 1964, tendo sido nomeado chefe da agência do Serviço Nacional de Informações (SNI) no Rio de Janeiro (1964-1966). Foi comandante da Força Pública de São Paulo (1966-1967), do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas - Dragões da Independência (1967-1969) e chefe do estado-maior do III Exército (1969). Chefe do Gabinete Militar do governo Médici (1969-1974), tornou-se ministro-chefe do SNI durante o governo Geisel (1974-1979), sendo promovido a general-de-exército em 1977. Através de eleição indireta, passou a exercer o cargo de presidente da República em 15 de março de 1979.
Faleceu no Rio de Janeiro, em 24 de dezembro de 1999.

Linhares, José

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  • 1886-1957

José Linhares nasceu no município de Baturité, estado do Ceará, em 28 de janeiro de 1886. Bacharel em Direito pela Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais, em São Paulo (1908). Representante da Fazenda Federal nos processos de obras portuárias. Juiz da 2ª Pretoria Criminal (1913), sendo depois transferido para a 7ª Pretoria Cível e, mais tarde, para a 1ª Pretoria Cível. Promovido a juiz de Direito da 5ª Vara Criminal (1928-1931). Membro do Tribunal Superior Eleitoral - TSE (1932-1937). Desembargador da Corte de Apelação do Distrito Federal após a Revolução de 1930, foi nomeado por Getúlio Vargas ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) em 1937 e vice-presidente dessa corte em 1940. Presidente do STF (1945-1949) e, em consequência, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), assumiu a presidência da República com a deposição de Vargas, em 29 de outubro de 1945, cargo que ocupou até 31 de janeiro de 1946. Após esse período, retornou ao STF, voltando a assumir a presidência desta corte entre 1951 e 1956.
Faleceu em Caxambu, Minas Gerais, em 26 de janeiro de 1957.

Oliveira, Juscelino Kubitschek de

  • Dado não disponível
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  • 1902-1976

Juscelino Kubitschek de Oliveira nasceu na cidade de Diamantina, estado de Minas Gerais, em 12 de setembro de 1902. Estudou no seminário dos padres Lazaristas (1914). Cursou a Faculdade de Medicina de Belo Horizonte (1927), atuando como médico até a década de 1940. Integrou as tropas que combateram os revoltosos de 1932, por ser médico do Hospital Militar da Força Pública de Minas Gerais. Foi chefe do Gabinete Civil do estado de Minas Gerais (1933-1934). Filiou-se ao Partido Progressista - PP de Minas Gerais, elegendo-se deputado federal em 1935, cargo que exerceu até o fechamento do Congresso com o golpe de 1937. Foi nomeado prefeito de Belo Horizonte (1940-1945), participou da criação do Partido Social Democrático (PSD) em Minas Gerais e foi escolhido como primeiro-secretário da seção mineira desse partido (1945). Deputado constituinte pelo PSD/MG (1946). Elegeu-se deputado federal (1946-1950) e governador de Minas Gerais (1951-1955). Concorreu à presidência da República pela coligação PSD-PTB, tendo como vice João Goulart, e tomou posse em 31 de janeiro de 1956, após grave crise política. Com o fim de seu mandato, elegeu-se senador pelo PSD por Goiás (1962-1964). Após o golpe de 1964, teve seu mandato cassado e os direitos políticos suspensos por dez anos. Foi um dos articuladores da Frente Ampla, de oposição ao regime militar (1966). Exilado, retornou ao Brasil em 1967. Firmou com João Goulart o Pacto de Montevidéu (1967). Diretor-presidente do conselho administrativo do Banco Demasa de Investimentos (1967). Abandonou definitivamente a política com a extinção da Frente Ampla (1968). Entrou para a Academia Mineira de Letras (1974). Passou a se dedicar à sua fazenda em Luziânia-GO (1975). Foi eleito "Intelectual do Ano" (1975) e em 1976 recebe o Troféu "Juca Pato".
Faleceu em acidente automobilístico, na via Dutra, próximo a Resende, em 22 de agosto de 1976.

Tavares, Aurélio de Lyra

  • Dado não disponível
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  • 1905-1998

Aurélio de Lyra Tavares nasceu na cidade de Paraíba, atual João Pessoa, no estado da Paraíba, em 7 de novembro de 1905. Estudou no Colégio Militar do Rio de Janeiro (1917-1922); como aluno foi diretor da revista literária "A Aspiração". Estudou na Escola Militar do Realengo (1923-1925), na arma de engenharia; foi diretor da revista da escola sob o pseudônimo de Adelita e orador oficial de sua sociedade acadêmica. Declarado aspirante, recebeu da Missão Militar Francesa os prêmios de "Tática Geral" e "História Militar" (1925). Diplomou-se bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro (1929). Em 1930, pela Escola Politécnica, formou-se engenheiro civil e recebeu da congregação dessa escola o Prêmio "Rio Branco" (1931). Ajudante de ordens do comandante da 5ª Região Militar, sediada em Curitiba, logo após a revolução de 1930 (1931-1932). Cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (1932-1933). Cursou a Escola de Estado-Maior do Exército, diplomado com "Menção Honrosa" (1936-1939). Instrutor de Tática Geral da Escola do Estado-Maior (1942). Fez o Curso de comando de Estado-Maior do Exército Norte-Americano, no Fort Leavenworth - Kansas (1943). Serviu no Estado-Maior do Exército (1943), tendo sido encarregado de organizar a Força Expedicionária Brasileira (FEB). Chefe da 2ª Seção do Estado-Maior Especial da FEB no Brasil (1944-1945). Oficial do gabinete do ministro da Guerra (1945). Chefiou a Missão Militar Brasileira, durante o bloqueio de Berlim (1948). Chefe da 4ª Seção do Estado-Maior das Forças Armadas - EMFA (1952), acumulando a função de membro da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento dos Transportes, deixando esses cargos em 1955. Chefe de Gabinete do Estado-Maior do Exército (1955). Comandante da Artilharia Divisionária da 5ª Divisão de Infantaria (1956-1957). Diretor de Comunicações do Exército (1958-1960). Chefe do Estado-Maior do 1º Exército (1960-1961). Diretor de ensino e formação do Exército (1961). Comandante da 2ª Região Militar - SP (1962-1963). Participou do golpe militar de 1964. Durante o governo Castelo Branco foi comandante do IV Exército (1964-1965). Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil. Chefe do Departamento de Produção e Obras do Exército (1965-1966). Em 1966, passou a comandar a Escola Superior de Guerra (ESG) e, durante o governo Costa e Silva, ocupou a pasta de Ministro do Exército, participando da junta militar (1967-1969). Em abril de 1970 foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira nº 20 e, em junho, foi nomeado embaixador do Brasil na França, cargo que ocupou até dezembro de 1974.
Faleceu em 18 de novembro de 1998, no Rio de Janeiro-RJ.

Melo, Márcio de Sousa

  • Dado não disponível
  • Persoon
  • 1906-1991

Márcio de Sousa Melo nasceu na cidade de Florianópolis, estado de Santa Catarina, em 26 de maio de 1906. Frequentou a Escola Militar do Realengo-RJ (1925-1928), sendo declarado aspirante-a-oficial da arma de aviação militar - 5ª Arma do Exército - criada no ano anterior. Integrou a primeira unidade de combate aéreo do Exército criada após a revolução de 1930 e comandada pelo major Eduardo Gomes. Criou, com Eduardo Gomes, entre outros, o Correio Aéreo Militar - CAM (1931), posteriormente passando à denominação de Correio Aéreo Nacional - CAN e integrado à Força Aérea Brasileira - FAB. Fez curso de aperfeiçoamento de oficiais da Aviação (1938). Transferido do Exército para o recém-criado Ministério da Aeronáutica (1941). Foi incumbido de acompanhar o processo de nacionalização da empresa de aviação alemã, Condor, em virtude da declaração de guerra à Alemanha (1942), resultando na criação da Companhia Cruzeiro do Sul. Comandante da Base Aérea de Santos (1944), sendo responsável em operações de patrulhamento no Atlântico Sul. Fez o curso de air staff, no Fort Leavenworth - Geórgia - e o de Tática Aplicada na base de Jacksonville - Flórida (1945). Fez o curso de Estado-Maior da Aeronáutica (1946). Instrutor da Escola de Comando do Estado-Maior da Aeronáutica - ECEMAR (1947-1948). Adido aeronáutico junto às embaixadas do Brasil em Buenos Aires e Montevidéu (1948-1951). Fez o curso da Escola Superior de Guerra - ESG (1953). Chefe de gabinete do Ministro da Aeronáutica, brigadeiro Eduardo Gomes (1954-1955). Comandante da ECEMAR (1957-1958). Assistente do comando da ESG (1958-1961). Comandante da III Zona Aérea, sediada no Rio de Janeiro (1961). Em 1964, foi comandante da IV Zona Aérea. Neste mesmo ano, foi nomeado ministro da Aeronáutica, permaneceu apenas 22 dias no cargo, exonerando-se por divergências com o presidente Castelo Branco. Inspetor-geral da Aeronáutica (1966), transferindo-se para a reserva com a patente de marechal-do-ar. Ministro da Aeronáutica (1967-1969), quando se formou a junta militar, e nos anos de 1969-1971, durante os governos Costa e Silva e Garrastazu Médici, respectivamente, exonerando-se do cargo em 26 de novembro de 1971, ano em que retira-se da vida pública.
Faleceu no Rio de Janeiro, em 31 de janeiro de 1991.

Barreto, João de Deus Mena

  • Dado não disponível
  • Persoon
  • 1874-1933

João de Deus Mena Barreto nasceu na cidade de Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul, em 30 de julho de 1874. Ingressou no Exército em 1890. Combateu a Revolução Federalista (1893-1895). Tornou-se adjunto do ministro da Guerra (1911). Combateu "Os 18 do Forte", em 1922, comandando a 2ª Brigada de Infantaria. Em 1924, combateu uma rebelião promovida por jovens oficiais em Manaus. Comandou a 1ª Região Militar (1924-1926). Nomeado inspetor do 1º Grupo de Regiões Militares (1926). Eleito presidente do Clube Militar (1926). Liderou a Revolução de 1930 no Distrito Federal. Foi nomeado interventor federal no estado do Rio de Janeiro (1931). Nomeado ministro do Supremo Tribunal Militar (1931). Mediador no confronto entre constitucionalistas paulistas e o governo federal (1932).
Faleceu no Rio de Janeiro, em 25 de março de 1933.

Ramos, Nereu de Oliveira

  • Dado não disponível
  • Persoon
  • 1888-1958

Nereu de Oliveira Ramos nasceu na cidade de Lajes, estado de Santa Catarina, em 3 de setembro de 1888. Cursou a Faculdade de Direito de São Paulo (1909). Deputado estadual (1911-1912). Secretário da delegação brasileira às conferências internacionais de Direito Marítimo e Letras de Câmbio, realizadas em Bruxelas e Haia (1912/1913). Oficial-de-gabinete do presidente de Santa Catarina, que era o seu pai (1914). Redator-chefe de "O Dia", órgão do Partido Republicano Catarinense - PRC (1914-1917). Novamente deputado estadual (1919-1921), fundador e primeiro presidente (1927-1932) do Partido Liberal Catarinense (PLC). Fundador dos jornais "A Noite", de Florianópolis, e "A República" (1921). Elegeu-se deputado federal pelo PLC em 1930, mas teve seu mandato cassado em virtude da revolução e do fechamento do Congresso. Foi líder da campanha da Aliança Liberal, em Santa Catarina (1929-1930). Participou da Revolução de 1930 e apoiou a Revolução Constitucionalista de 1932, demitindo-se da presidência do Partido Liberal Catarinense - PLC. Foi um dos fundadores da Faculdade de Direito de Santa Catarina (1932), onde lecionou Direito Constitucional e Teoria do Estado. Foi um dos deputados integrantes da comissão encarregada de examinar o anteprojeto de Constituição preparado pelo Governo Provisório (1933). Deputado federal (1934-1935). Deputado à Assembléia Nacional Constituinte de 1934, foi eleito indiretamente governador de Santa Catarina (1935-1937). Com o golpe de 1937, foi nomeado interventor federal nesse estado, cargo que ocupou até o fim do Estado Novo, em 1945. Nesse mesmo ano, foi um dos fundadores do Partido Social Democrático (PSD) em Santa Catarina, legenda na qual se elegeu senador constituinte e líder da maioria. Findos os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, em 19 de setembro de 1946, foi eleito indiretamente vice-presidente da República e presidente do Senado (1946-1951). Presidente interino da República (1949 e 1955). Foi presidente do PSD (1947-1949), deputado federal nessa legenda e presidente da Câmara dos Deputados (1951-1955). Em outubro de 1954, foi eleito senador pelo PSD e, em 1955, tornou-se vice-presidente do Senado. Ministro da Justiça e Negócios Interiores (1956-1957). Ministro Interino da Educação (1958). Senador (1957-1958).
Faleceu em desastre aéreo, ocorrido em Curitiba, em 16 de junho de 1958.

Mazzilli, Pascoal Ranieri

  • Dado não disponível
  • Persoon
  • 1910-1975

Pascoal Ranieri Mazzilli nasceu na cidade de Caconde, estado de São Paulo, em 27 de abril de 1910. Foi coletor fiscal em Taubaté-SP (1930-1932). Combateu a Revolução de 1932, no lado paulista, como primeiro-tenente, logo promovido a capitão do Batalhão Sete de Setembro, participando da batalha "Frente do Túnel". Nomeado coletor fiscal de Sorocaba e Jundiaí (1935). Professor de Economia na escola de Comércio de Sorocaba (1935-1939). Foi diretor da Casa da Moeda. Formou-se bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Niterói (1940). Presidente do recém-criado Departamento Administrativo do Serviço Público - DASP (1940-1942). Foi diretor do Tesouro Público Nacional, empreendendo, então, a reforma geral da Recebedoria do Distrito Federal, órgão que passou a dirigir (1942-1945). Nomeado diretor da Divisão do Imposto de Renda (1945). Secretário-geral de Finanças da prefeitura do Distrito Federal (1946); planejou as novas bases de financiamento das obras urbanas para a então capital federal. Diretor da Caixa Econômica Federal do Rio de Janeiro (1947) e do banco da Prefeitura do Distrito Federal (1948). Indicado para chefiar o gabinete do ministro da Fazenda (1949-1951). Participou da elaboração do plano SALTE (Saúde, Alimentação, Transporte e Energia) (1950-1951). Membro do Conselho de Administração da Caixa de Mobilização Bancária - CAMOB. Membro da Comissão Consultiva do Comércio Exterior. A partir de 1950, acumulou também o cargo de membro do Conselho Nacional do Petróleo (CNP), afastando-se dessas funções em 1951. Eleito deputado federal pelo Partido Social Democrático (PSD) de São Paulo (1951-1966). Legislou sobre a reorganização da Bolsa de Valores, tendo por objetivo disciplinar este setor financeiro. Foi presidente da Câmara dos Deputados (1959-1965) e, nessa condição, assumiu por diversas vezes a presidência da República, em especial em 1961 e 1964. Eleito presidente da Câmara (1959) contra a orientação de seu partido, substituindo nesse cargo, Ulisses Guimarães. Cursou a Escola Superior de Guerra - ESG, no Rio de Janeiro (1959). Providenciou a transferência da Câmara dos Deputados do Palácio Tiradentes, no Rio de Janeiro-RJ, para a nova sede do Legislativo, em Brasília-DF (1960). Presidente da União Interparlamentar Mundial (1962-1966). Não conseguindo reeleger-se em 1966, afastou-se da política, dedicando-se à plantação de café, em Minas Gerais, só retornando à vida partidária em 1973 para presidir a Comissão de Ética do Movimento Democrático Brasileiro (MDB/SP). Com a extinção dos partidos políticos e a instalação do bipartidarismo pelo ato institucional nº 2 (1965), ingressou no Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e candidatou-se, sem sucesso, a uma cadeira na Câmara dos Deputados em 1966. Faleceu em São Paulo, em 21 de abril de 1975.

Médici, Emílio Garrastazzu

  • Dado não disponível
  • Persoon
  • 1905 - 1985

Emílio Garrastazzu Médici nasceu na cidade de Bagé, estado do Rio Grande do Sul, em 4 de dezembro de 1905. Estudou no Colégio Militar de Porto Alegre (1918-1922), na Escola Militar de Realengo (1924-1927), e na Escola de Armas, atual Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (1939), onde retornou como auxiliar instrutor (1940). Tenente do 12º Regimento de Cavalaria, em Bagé, apoiou a Revolução de 1930 e, em 1932, aliou-se às forças que lutaram contra a Revolução Constitucionalista de São Paulo. Concluiu o curso de Estado-Maior em 1944. Foi comandante do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) de Porto Alegre (1953-1957); chefe do Estado-Maior do comandante da 3ª Região Militar, Artur da Costa e Silva (1957-1960); sub-comandante da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), entre 1960 e 1961; e comandante da 4ª Divisão de Cavalaria, sediada em Campo Grande (1961-1963). Comandante da AMAN (1963-1964), apoiou o golpe de 1964 que depôs o presidente João Goulart. Nomeado adido militar em Washington (1964-1966), exerceu também a função de delegado brasileiro na Junta Interamericana de Defesa Brasil-Estados Unidos. Foi chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI) em 1967 e comandante do III Exército, no Rio Grande do Sul, em 1969. Com o afastamento de Costa e Silva, teve seu nome indicado pelo Alto Comando do Exército à sucessão presidencial. Através de eleição indireta, passou a exercer o cargo de presidente da República em 30 de outubro de 1969.
Era casado com Scila Gaffrée Médici, com quem teve dois filhos.
Faleceu no Rio de Janeiro, em 9 de outubro de 1985.

Pessoa, Epitácio Lindolfo da Silva

  • Dado não disponível
  • Persoon
  • 1865-1942

Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa nasceu na cidade de Umbuzeiro, no estado da Paraíba, em 23 de maio de 1865. Advogado, bacharel pela Faculdade de Direito do Recife (1886), ocupou o cargo de promotor público nas cidades pernambucanas de Bom Jardim (1886-1887) e Cabo (1887-1889), assim como o de secretário-geral do estado da Paraíba (1889-1890). Foi deputado à Assembleia Nacional Constituinte (1890-1891) e deputado federal (1891-1893), sendo reeleito em 1894, sem ter, no entanto, seu diploma reconhecido pela Comissão de Verificação de Poderes da Câmara dos Deputados. Foi ainda ministro da Justiça e Negócios Interiores (1898-1901). A partir de 1902, acumulou os cargos de procurador da República até 1905 e de ministro do Supremo Tribunal Federal até 1912. Presidiu a Junta Internacional de Jurisconsultos que analisou os projetos do Código de Direito Internacional Público e Privado. Foi senador pela Paraíba (1912-1919) e presidiu a delegação brasileira à Conferência da Paz (1918-1919), em Versalhes. Por meio de eleição direta, assumiu a presidência em 28 de julho de 1919. Após o cumprimento do período presidencial, foi senador pela Paraíba e membro da Corte Permanente de Justiça Internacional de Haia (1923-1930). Neste período foi também presidente da Junta Pan-Americana de Jurisconsultos reunida no Rio de janeiro, participou da campanha da Aliança Liberal, presidiu os trabalhos da Comissão Permanente de Codificação do Direito Internacional Público, e foi representante estrangeiro dos Estados Unidos na comissão criada pelo Tratado de 1914, assinado entre EUA e Inglaterra.
Faleceu na cidade de Petrópolis, estado do Rio de Janeiro, em 13 de fevereiro de 1942.

Pena, Afonso Augusto Moreira

  • Dado não disponível
  • Persoon
  • 1847 - 1909

Afonso Augusto Moreira Pena nasceu em Minas Gerais, em 1847 e faleceu no Palácio do Catete, em 1909. Bacharel em Direito (1870), foi deputado provincial (1874-1878) e geral (1878-1889), ministro da Guerra (1882), Agricultura (1883) e Justiça (1885), tomou parte da Assembléia Constituinte Mineira (1890-1891), foi presidente de Minas Gerais (1892-1894) e fundou Belo Horizonte e a Faculdade de Direito de Minas Gerais. Foi presidente do Banco do Brasil (1895-1898), senador estadual (1899), presidente do Conselho Deliberativo de Belo Horizonte (1900), vice-presidente (1902-1906) e presidente da República (1906-1909).

Fragoso, Augusto Tasso

  • Dado não disponível
  • Persoon
  • 1869-1945

Augusto Tasso Fragoso, general. Militar, nascido na cidade de São Luís, estado do Maranhão, em 28 de agosto de 1869. Teve seu ano de nascimento alterado para 1867, para ingressar na vida militar. Estudante da Escola Militar da Praia Vermelha, foi um dos alunos que divulgaram na academia discursos abolicionistas de Rui Barbosa, em agosto de 1887. Freqüentou os cursos de estado-maior e engenharia da Escola Superior de Guerra, bacharelando-se em matemática e ciências físicas e naturais. Participou ativamente da proclamação da República, incorporado às tropas do 2º Regimento de Artilharia em 1889. Foi eleito deputado constituinte pelo Maranhão (1890), contra sua vontade. Apoiou o movimento que levou à renúncia de Deodoro da Fonseca (1891), sendo nomeado chefe do Departamento de Obras e Viação Geral da capital (1891-1892), após recusar a proposta de Floriano Peixoto para ser o prefeito do Distrito Federal. Participou da repressão à Revolta da Armada (1893-1894), sendo ferido em combate. Serviu na comissão de limites com a Bolívia (1900-1901), e foi adjunto militar à delegação brasileira na Argentina (1909-1910). Foi comandante do 8º Regimento de Cavalaria em Uruguaiana (RS), exercendo diversas vezes o comando interino da 2ª Brigada de Cavalaria (1910-1915). Ocupou a chefia da Casa Militar do presidente Venceslau Brás (1914-1917). Comandou o 1º Regimento de Cavalaria, no Distrito federal, em 1918, e a 4ª Brigada de Cavalaria no mesmo ano. Exerceu a direção de Material Bélico (1918-1922). Foi encarregado do inquérito que apurou a responsabilidade dos tenentes Eduardo Gomes e Antônio de Siqueira Campos no episódio conhecido como "os 18 do Forte", ocorrido em 1922. Chefiou o Estado-Maior do Exército (1922-1929), e, por ser o oficial da ativa mais antigo à época da Revolução de 1930, aceitou a proposta de Mena Barreto para liderar a operação militar de deposição do presidente e os entendimentos com outros generais da ativa, presidindo a junta governativa que assumiu o controle do país até a chegada de Getúlio Vargas à capital. Foi nomeado por Vargas mais uma vez chefe do Estado-Maior do Exército (EME) em 1931, se demitindo no ano seguinte. Em 1933, foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Militar (STM - hoje, Superior Tribunal Militar), e exerceu a vice-presidência do órgão em 1934, foi aposentado compulsoriamente ao atingir o limite de idade em 1938. Apesar de seu estado de saúde bastante precário, passou a se dedicar às suas pesquisas históricas. Faleceu no Rio de Janeiro, em 20 de setembro de 1945.

Grünewald, Augusto Hamann Rademaker

  • Dado não disponivel
  • Persoon
  • 1905-1985

Augusto Hamann Rademaker Grünewald, almirante. Militar, nascido na cidade do Rio de Janeiro, em 11 de maio de 1905. Estudou no Colégio Pedro II (1917-1922) e na Escola Naval (1923-1927). Combateu a Revolução de 1930. Fez o curso de armamento da Escola de Especialização e Aperfeiçoamento de Oficiais da Armada (1935), tornando-se instrutor de armamento da Escola Naval (1939), e comandante da 2ª Companhia de alunos da Escola Naval (1940). Participou do patrulhamento ao litoral brasileiro, em virtude da declaração de guerra ao Eixo, à bordo do navio-mineiro Carioca (1942). Foi instrutor de armamento e direção de tiro do curso de aplicação para os guardas-marinhas (1942-1943), assistente da Força Naval do Nordeste (1943-1944), e capitão dos portos de Itajaí, Santa Catarina (1946-1947). Cursou, na Escola de Guerra Naval, o curso de comando (1947). Foi chefe do estado-maior da Força de Contratorpedeiros (1954-1955), diretor do centro de armamento da Marinha no Rio de janeiro (1955), comandante do 1º Esquadrão de Contratorpedeiros (1956-1957), sub-chefe do estado-maior da Armada (1958), comandante da 5ª Divisão Naval, sediada em Florianópolis (1959-1961), comandante-em-chefe da Esquadra (1961), e diretor-geral da Aeronáutica da Marinha (1961-1962). Fez os cursos: Navy Admiralty Lawand Practice, junto ao United States Correspondencr Course Center (1960), e o Military Sea Transportation and Shipping Control (1961). Ocupou a chefia do Núcleo de Comando da Zona de Defesa Atlântica (1962-1964), e cursou a Escola Superior de Guerra (1964). Participou do movimento político-militar de 1964 que depôs o presidente João Goulart. Integrou, ao lado do general Costa e Silva e do brigadeiro Correia de Melo, a junta militar autodenominada Comando Supremo da Revolução que, juntamente com o presidente interino Ranieri Mazzili, governou o país até a posse de Castelo Branco. Foi ministro da Marinha e da Viação e Obras Públicas, nos primeiros dias do governo de Castelo Branco. Com a posse de Costa e Silva na presidência da República, reassumiu o cargo de ministro da Marinha (1967-1969). Através de eleição indireta, em 30 de outubro de 1969 passou a exercer o cargo de vice-presidente da República no governo de Emilio Garrastazu Médici. Presidiu ainda a Associação dos Ex-Alunos do Colégio Pedro II, e foi curador da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Petrópolis. Faleceu no Rio de Janeiro em 13 de setembro de 1985.

Alves, Francisco de Paula Rodrigues

  • Dado não disponível
  • Persoon
  • 1848-1919

Francisco de Paula Rodrigues Alves nasceu na Fazenda do Pinheiro Velho, Guaratinguetá, São Paulo, no dia 7 de julho de 1848. Filho do português Domingos Rodrigues Alves e de Isabel Perpetua de Martins, filha de fazendeiros da região, iniciou seus estudos em Guaratinguetá e em 1859 ingressou no internato da Escola Imperial D. Pedro II, no Rio de Janeiro. Aluno exemplar tirava nota máxima em todas as matérias.
Em 1866, Rodrigues Alves ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo. Participava ativamente da vida acadêmica, era redator-chefe do jornal e orador do Núcleo Jurídico. Em 1870, já formado, fundou, junto com Rui Barbosa e Luiz Gama, a Fraternidade Primavera, associação abolicionista para advogar causas dos escravos.

Em novembro de 1870 filia-se ao partido A Opinião Conservadora. Exerce as funções de promotor de justiça e juiz municipal em Guaratinguetá. É eleito deputado provincial para a Assembleia Legislativa paulista, exercendo o cargo entre 1872 e 1975. No dia 11 de setembro de 1875, casa-se com sua prima Ana Guilhermina de Oliveira Borges. Com a sogra e o irmão cria uma firma destinada à expansão da cultura cafeeira.
Entre 1878 e 1879, exerce o segundo mandato na Assembleia paulista. Terminada a legislatura retorna para Guaratinguetá. Em 1885 é eleito deputado geral. Em 1887 é nomeado presidente da província São Paulo. Pelos relevantes serviços prestados ao Império, recebe da Princesa Isabel, então regente, o título de Conselheiro. Entre os anos de 1888 e 1889, exerce novamente o cargo de deputado provincial.
Após o advento da República, Rodrigues Alves é chamado para assumir a pasta da Fazenda na presidência de Floriano Peixoto, seguindo para o Rio de Janeiro. Nessa época morre sua esposa, deixando oito filhos. Em 1892, pede demissão do cargo, mas depois de dois anos, retorna ao cargo, chamado pelo presidente Prudente de Morais. Em 1900 é eleito novamente presidente de São Paulo.

Em março de 1902, Rodrigues Alves é eleito o 5.º presidente do Brasil sendo o terceiro presidente civil, sucedendo a Campos Sales. Durante seu governo, o Rio de Janeiro, então a capital do país, passa por um processo de modernização e urbanização.
Urbanização do Rio de Janeiro
No governo de Rodrigues Alves a urbanização da cidade do Rio de Janeiro ficou a cargo do prefeito Pereira Passos, que efetuou várias desapropriações para construção de praças e alargamento de ruas, desabrigando milhares de pessoas. Surgiram novos bairros, como Copacabana, na zona sul.

O Barão do Rio Branco foi nomeado para a pasta das Relações Exteriores, que foi marcada pela solução de uma grave pendência relativa à fronteira Brasil-Bolívia, compreendendo a vasta região do Acre. Pelo Tratado de Petrópolis, assinado em 17 de novembro de 1903, a região do Acre foi incorporada definitivamente ao Brasil. A Bolívia e a companhia norte-americana Bolivian Syndicate, concessionária da exploração do rico território, recebeu uma indenização, e o Brasil ainda se comprometeu a construir a estrada de ferro Madeira-Mamoré.

O saneamento ficou a cargo do médico Oswaldo Cruz, que procurou combater a febre amarela, a peste bubônica e a varíola, doenças que matavam milhares de brasileiros anualmente.
Para combater o mosquito e o rato transmissores de algumas das principais doenças, foi necessário acabar com a sujeira e o lixo acumulado nas ruas, nos quintais e nos portos.
No combate à febre amarela, Oswaldo Cruz teve a oposição da opinião pública, que era contra a “violação do lar” pelos agentes encarregados de acabar com os focos dos mosquitos transmissores da doença.
As oposições ao governo cresceram mais ainda com a “lei da vacina obrigatória”, decretada para combater a varíola. A grande massa da população, já abalada pelo desemprego, pela falta de moradia e a miséria, rebelou-se sob a liderança de anarquistas e socialistas nucleada pelo Centro das Classes Operárias.
Na tarde de 12 de novembro de 1904 a agitação transformou-se em baderna, quando um bando percorreu as ruas quebrando lampiões de gás, incendiando bondes e cortando fios telefônicos. Alguns militares e políticos que compartilhavam as ideias aproveitaram o movimento para tentar derrubar Rodrigues Alves.
Apoiado por topas de São Paulo e de Minas Gerais, o governo decretou o estado de sítio e reprimiu a revolta. O regulamento da vacina foi modificado, tornando-se facultativa sua aplicação. Em 1906, com o fim do mandato, Rodrigues Alves volta para Guaratinguetá, sendo sucedido pelo presidente Afonso Pena.

No dia 1 de março de 1912, é pela terceira vez eleito presidente do Estado de São Paulo. Durante o mandato construiu escolas por todo o Estado e fundou a Faculdade de Direito de São Paulo. Em 1918 é escolhido novamente para a Presidência do País, mas doente fica impedido de assumir o cargo. Foi vitimado pela gripe espanhola. O vice-presidente, Delfim Moreira assumiu a presidência, até a eleição de Epitácio Pessoa.
Rodrigues Alves faleceu no Rio de Janeiro, dia 16 de janeiro de 1919.

Peixoto, Floriano Vieira

  • Dado não disponível
  • Persoon
  • 1839 - 1895

Floriano Vieira Peixoto nasceu em Ipioca, mais tarde denominada Floriano Peixoto, em Alagoas, em 30 de abril de 1839, filho do tenente-coronel Manuel Vieira de Araújo e de Ana Joaquina de Albuquerque. O sobrenome Peixoto foi herdado do avô paterno, major José Vieira de Araújo Peixoto. Faleceu em Barra Mansa, Rio de Janeiro, em 29 de junho de 1895.
Foi coronel, posto obtido devido à sua atuação na Guerra do Paraguai, comandante de batalhões de artilharia no Amazonas e Alagoas, diretor do Arsenal de Guerra em Pernambuco (1878-1881), presidente da província de Mato Grosso (1884-1885), marechal de campo (1889), ministro da Guerra do primeiro Governo Provisório da República (1890-1891). Eleito vice-presidente em 25 de fevereiro de 1891, assumiu a Presidência da República, após a renúncia do marechal Deodoro da Fonseca (23/11/1891). Em seu governo enfrentou, com o apoio e a força do Exército, a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul (1893) e a Revolta da Armada (1893).

Albuquerque, Júlio Prestes de

  • Dado não disponível
  • Persoon
  • 1882-1946

Júlio Prestes de Albuquerque nasce em 15 de março de 1882, na cidade de Itapetininga, ao sul do estado de São Paulo. Vive sua infância em meio a uma sociedade monocultora, escravocrata e monárquica, em clima de ruptura rumo ao modelo republicano, costurado pelas elites de então. Sua região de nascimento é próspera área por onde avança o progresso imposto pela cultura do café. Sua família é representante simbólica dessa elite. Quarto filho de Fernando Prestes de Albuquerque e de Olímpia de Santana Prestes, seus anos de formação e sua entrada na política espelham-se na figura do pai, fazendeiro, advogado e republicano de primeira hora, que chega a governar o Estado de 1898 a 1900 e a ser seu vice-presidente em períodos intervalados entre 1908 e 1927. Júlio perde a mãe aos 19 anos de idade, mas tem o pai a seu lado até 1937, quando este vem a falecer. De 1902 a 1906, faz o curso de direito na Faculdade de Direito de São Paulo, no Largo São Francisco, manancial de diversos políticos, juristas e escritores ao longo de toda a história da República. Além dos estudos, participa de grupo de literatos com colegas do Direito (com dois deles, chega a fundar um
periódico chamado A Musa) e do Centro Acadêmico XI de Agosto, então em
seus primórdios.
Em maio de 1906, aos 24 anos, casa-se com D. Alice Vieira, com quem virá a ter três filhos: Marialice, Fernando e Irene. Ainda nesse ano, monta um escritório de advocacia, dedicando-se com exclusividade a esse ofício até 1909, quando passa a compartilhá-lo com a atividade parlamentar. É também proprietário de terras, e chega a ter a iniciativa de se associar a outros para prospectar petróleo em suas terras. Na adolescência, Júlio Prestes começa a publicar poemas em jornais do interior do estado de São Paulo (Folha Popular, de Capão Bonito; O Comércio, de Tatuí; O Comércio e Tribuna Popular, de Itapetininga; Revista Aurora, de Sorocaba). Escreverá poesia até os últimos anos de vida (o poema mais antigo do Fundo Júlio Prestes é datado de 1898, e o mais recente, de 1943). Ao longo de sua existência, redige ainda memórias esparsas, esboços de ficção e textos de não ficção, notadamente discursos políticos.
Pelo conjunto presente em seu Acervo, é possível observar que Júlio compõe, sobretudo, poesia lírica; há também um ou outro poema laudatório/cívico o
jocoso (mencionando colegas da boemia da faculdade ou da carreira política). Faz reflexões existenciais (sobre temas como envelhecimento, declínio da
glória política, exílio), versos nostálgicos para entes queridos que se foram (como a irmã Maricota Prestes), versos de amor com toques de sensualidade (“Seu corpo todo, quente de belleza, /Tem estremecimentos de quem ama...”, cdo poema “Véspera de Noivado”, de 1902), entre outros temas. Via de regra, adepto das rimas, da metrificação fixa e de formas clássicas como sonetos, em alguns poemas experimentou uma linguagem coloquial próxima à fala caipira (no poema “Sorocabana”, por exemplo). Cita em alguns deles o escritor Monteiro Lobato, o jurista e político Rui Barbosa, o poeta português Antonio Nobre e o francês Paul Verlaine.
Apesar de não participar como autor do movimento modernista1 na sua vertente paulista, tem entre seus amigos o escultor Victor Brecheret e o escritor Oswald de Andrade, que chega a lhe dedicar o livro Primeiro Caderno do Aluno de Poesia Oswald de Andrade, de 1927. Júlio Prestes exerce cinco mandatos parlamentares: os quatro primeiros,
de 1909 a 1923, no Congresso Legislativo de São Paulo, e o último, de 1924 a 1927, no Congresso Nacional, ambos pela agremiação política mais influente da Primeira República - o Partido Republicano Paulista (PRP) Em sua atuação como parlamentar estadual, propõe ou emenda projetos de lei acerca da divisão física de propriedades rurais, seguridade social e aumento nos vencimentos dos funcionários públicos e, especialmente, de 1912 a 1918, da Estrada de Ferro Sorocabana, na época administrada pela Brazil Railway Company. Denuncia o descumprimento de várias cláusulas contratuais por parte dessa companhia privada, a seu ver ferindo o interesse público em diversos aspectos, até que consegue a rescisão contratual amigável entre as partes e a retomada da ferrovia pelo Estado de São Paulo. Propõe a criação de tribunais rurais em resposta aos conflitos entre fazendeiros e colonos, principalmente os imigrantes italianos. É parte ativa na tribuna do plenário e em comissões permanentes da casa, chegando a líder de governo na gestão de Washington Luís, o então presidente do Estado de São Paulo de 1924 a 1927. Em 1924, Júlio Prestes é eleito deputado federal pelo PRP, justamente o ano da Revolta dos Tenentes. Esse movimento chega a tomar a capital paulista entre os dias 9 e 27 de julho, e Júlio toma parte contra ele, ao lado das forças governistas.
Na segunda metade dos anos 1920, surgem novas legendas, ainda oligárquicas como os partidos republicanos de diversos estados, mas oposicionistas, dentre os quais o Partido
Libertador (PL) no Rio Grande do Sul e os Partidos Democráticos de São Paulo, do Distrito Federal e do Rio de Janeiro. Tal surgimento “abriu novas possibilidades de alianças e acomodações entre as várias forças político-sociais que contestavam o regime vigente”. Em sua segunda fase, o movimento tenentista toma partido contra os resultados da eleição à Presidência, que consagra Júlio Prestes, e se une à Aliança Liberal, tendo como resultado a deposição de Washington Luís e a ascensão de Getúlio Vargas, na Revolução de 1930. Nos anos 1930, o ideário do movimento já muda, como fruto de toda a experiência acumulada pelos tenentes nos anos 1920 e por influência de pensadores considerados antiliberais, como Alberto Torres e Oliveira Viana. Durante o mandato federal, exercido no Rio de Janeiro, Júlio Prestes é líder da maioria e apresenta projetos vertidos em lei, como o da Reforma Monetária (conversão do papel moeda de então a ouro), em apoio ao novo presidente da República, Washington Luís (eleito em 1926), com quem continua mantendo
estreita ligação profissional e pessoal. Júlio Prestes também participa ativamente das articulações políticas internas do PRP . É no Parlamento que vem a estreitar relações com
Com esses episódios, encerra-se oficialmente o período histórico conhecido como Primeira República ou República Velha.
aquele que será seu adversário fatal em 1930 - o então deputado Getúlio Dornelles Vargas, que Washington Luís designa como seu Ministro da Fazenda. Nessa época, Júlio e Getúlio são aliados e se tratam leal e amistosamente.
Todavia, no segundo ano do que será a última legislatura (1927) de Júlio Prestes, vem a falecer o então presidente do Estado de São Paulo, Carlos de Campos. Com isso, abre-se a oportunidade de nova disputa eleitoral, para a qual é indicado por unanimidade, pelos delegados do PRP, o seu nome.
Em 5 de junho de 1927, disputa a Presidência do Estado de São Paulo contra o candidato de um partido minoritário, elegendo-se por ampla diferença .
Assume o governo em 14 de julho de 1927 e implementa a reforma administrativa já anunciada em sua plataforma: o desmembramento da Secretaria de Agricultura, Comércio e Obras Públicas (SACOP) em Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio e Secretaria de Viação e Obras Públicas.
Estabelece ainda uma série de reformas, ampliações e inovações administrativas, dentre as quais se destaca a busca do petróleo em território paulista e a linha ferroviária Mayrink-Santos, extensão da Estrada de Ferro Sorocabana, a fim de facilitar o escoamento de produtos para o Porto de Santos.
Ainda como governador, Júlio Prestes institui algumas escolas profissionais mistas (para homens e mulheres) no interior do estado, a Escola de Medicina Veterinária, o Instituto Profissional de Cegos “Padre Chico”, o Instituto Biológico de Defesa Agrícola e Animal. Continua dando, como seus predecessores desde a Convenção de Taubaté, prioridade à defesa do café (da qualidade e do preço), por meio de uma série de medidas, coordenadas pelo Instituto do Café. Inaugura, em 1929, com seu secretário de Agricultura, Fernando Costa, o Parque da Água Branca, que em 1951 virá a ser chamado de Parque Fernando Costa. O tratamento da hanseníase é estimulado com a criação dos chamados leprosários (Santo Ângelo, em Mogi das Cruzes; Pirapitingui, em Itu; Cocais, em Casa Branca; Aimorés, em Bauru; e Padre Bento, em Guarulhos). Também é criado o Manicômio Judiciário, ao lado do Hospital Juqueri.
A par de todas essas medidas de âmbito geral, do dia a dia do Gabinete da Presidência do Estado de São Paulo, faz parte receber as muitas cartas e telegramas de particulares e de entidades, solicitando os mais diversos favores, de cargos a donativos, caracterizando o clientelismo típico dessa época, bem como respondê-las e encaminhá-las. No campo da política partidária, o PRP, nesse final dos anos 1920, passa a enfrentar a oposição de uma nova agremiação, o Partido Democrático. As eleições municipais de outubro de 1928 são conturbadas, com acusações de fraude e de violência. O descontentamento dos opositores é tão forte que já se cogita ir às armas contra a oligarquia política, o que, junto com uma dissensão entre os próprios Republicanos, culminará na Revolução de 1930.
A trajetória política ascendente de Júlio Prestes vai culminar em sua indicação, candidatura e eleição à Presidência da República em 1930. Apoiado por Washington Luís, seu nome é oficializado por uma Convenção do PRP de setembro de 1929, junto com o de Vital Soares (presidente do Estado da Bahia), como seu vice-presidente.
No entanto, é dentro mesmo dos Republicanos que surge seu opositor - o então presidente do Rio Grande do Sul, Getúlio Vargas, com João Pessoa (presidente da Paraíba) como seu vice-presidente. Dessa dissidência, capitaneada pelo presidente de Minas Gerais, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, surge a Aliança Liberal em junho de 1929, com apoio de diversos partidos, entre eles o PD de São Paulo, além de parte do PRM e do PRS.
A campanha transcorre com alguns incidentes sangrentos de parte a parte, como o Atentado de Montes Claros, em que morreram 5 aliados de Júlio Prestes.
As eleições se dão a 1º de março, e ele e Vital saem delas vitoriosos. Em 21 de maio, o paulista parte em viagem de navio aos Estados Unidos com o filho, Fernando Prestes Neto, como presidente da República eleito (mas ainda não empossado). Lá, ele permanece de 11 a 20 de junho, e se encontra com o presidente norte-americano Herbert Hoover, com autoridades locais e com empresários. Esse episódio lhe rende a capa da revista Time de 23 de junho de

  1. Em seguida, parte de navio, em caráter particular, para a Europa, onde se encontra com D. Alice e as filhas, Marialice e Irene. Ainda assim, na França, na Inglaterra, na Espanha e em Portugal é recebido pelos chefes de governo e/ou de Estado da época. Sua estada vai de 27 de junho a 18 de julho.
    Quando, dias depois, aporta no Brasil, já encontra os ânimos exaltados, pois João Pessoa acaba de ser assassinado.
    Episódios como esse, o inconformismo dos partidários de Vargas com o resultado das eleições e dos demais opositores com as regras eleitorais vigentes (com voto aberto e não secreto, por exemplo) provocam a intensa articulação entre políticos e militares que resultará na Revolução de 30, em outubro desse ano. Os governos dos Estados vão sendo tomados um a um pelos rebeldes (com algumas exceções), até que, em 23 de outubro, Washington Luís é finalmente
    deposto na capital federal da época, o Rio de Janeiro. Júlio Prestes, que acompanha os acontecimentos na capital paulista, abriga-se, em 25 de outubro, no consulado inglês, de onde parte para Paris, iniciando o período de exílio político, que vai durar quase 4 anos. Com esses episódios, encerra-se oficialmente o período histórico conhecido
    como Primeira República ou República Velha.
    A elite política destituída sofre mais alguns revezes, como processos jurídicos e bloqueio de bens, mas tais represálias não duram por muito tempo, nem chegam às últimas consequências. No final de 1930, Júlio Prestes chega a Paris, de início com a companhia apenas de seu filho Fernando. Apesar de dificuldades temporárias decorrentes do bloqueio de bens, D. Alice lhe escreve que está economizando para ir para junto dele. Já no início de 1931, ele passa a conviver novamente com a esposa, com as outras filhas e com uma neta, as quais vão a seu encontro na Europa.
    A partir de 1931, dispondo de mais recursos financeiros, Júlio e seus familiares mudam-se para uma residência em Monte Estoril, hoje pertencente à região metropolitana de Lisboa e próximo à Costa portuguesa, lugar onde o clima lhe é mais aprazível do que em Paris (além, certamente, da facilidade da língua). A família Prestes de Albuquerque troca volumosa correspondência (seja por carta, seja por telegramas e/ou cartões postais) com amigos e com familiares brasileiros. Evidentemente, Júlio Prestes não está nada satisfeito com os rumos políticos do Brasil, e externa sua opinião, quer em sua correspondência privada, quer em suas (esparsas) declarações à imprensa. Em 1932, as tensões entre paulistas e varguistas chegam ao auge com a Revolução de 1932, guerra civil entre as duas forças, que vai de julho a outubro, com a capitulação de São Paulo. Júlio Prestes chega a ir da Europa a Buenos Aires em setembro, com a intenção de entrar no Brasil para apoiar seus conterrâneos, mas diante da impossibilidade de se deslocar para o estado, decide voltar ao velho continente ainda nesse mês.
    Embora advertido pela Embaixada brasileira em Portugal de que deveria informar suas intenções de voltar ao Brasil, não o faz formalmente e retorna de navio ao Brasil em agosto de 1934, com a família. Desde logo, decide-se a trabalhar como fazendeiro, em suas fazendas das Araras e do Paiol, ambas contíguas, em Itapetininga, sua terra natal, cumprindo um ostracismo comum a uma parte significativa dos integrantes do PRP.
    Embora tenha deixado de lado a política como carreira, em seus últimos anos de vida volta a se manifestar publicamente e articular suas posições. Em agosto de 1942, envia um telegrama a Getúlio Vargas, ainda presidente da República, solidarizando-se com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Vargas chega a responder a ele, afavelmente. Em 1945, quando o período de ditadura varguista conhecido como Estado Novo (1937-1945) está em seu final, participa das articulações para a fundação da União DemocráticaNacional (UDN), partido de oposição ao governo. Júlio Prestes chega a discursar em um comício na cidade de São Paulo, em favor do candidato da oposição, Brigadeiro Eduardo Gomes, que disputa (e perde) a Presidência da República contra o General Eurico Gaspar Dutra.
    Em 9 de fevereiro de 1946, Júlio Prestes vem a falecer em um hospital da cidade de São Paulo (o Sanatório Esperança), aos 63 anos de idade, sendo seu corpo transladado a Itapetininga. Recebe muitas homenagens por meio da imprensa à época e até anos depois – seus familiares guardam os recortes de jornal correspondentes. Em 1951, é dado o nome de Júlio Prestes a um prédio da Estação de Ferro Sorocabana, na região central de São Paulo, junto a uma praça que lhe é contígua, atualmente ocupado pela Secretaria Estadual de Cultura e pela Sala São Paulo. Em 1982, ano do centenário de seu nascimento, algumas publicações são lançadas e uma exposição é realizada em sua homenagem pelo Governo do Estado de São Paulo, em associação com os familiares do falecido estadista. Em 1987, sai o inventário do primeiro lote de documentos tratado pelo APESP.

Franco, Itamar Augusto Cautiero

  • Dado não disponível
  • Persoon
  • 1930-2011

Engenheiro, nasceu a bordo de um navio que fazia a rota Salvador-Rio de Janeiro, tendo sido registrado em Salvador, estado da Bahia, em 28 de junho de 1930, porém, seu registro de batismo indica 1931 como o ano de seu nascimento em Juiz de Fora-MG. Formou-se em Engenharia Civil e Eletrotécnica na Escola de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora (1954). Filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e foi eleito prefeito de Juiz de Fora em duas gestões (1967-1971 e 1973-1974). Elegeu-se senador em 1974 pelo MDB, e reelegeu-se em 1982 pelo PMDB. Em 1986, após divergências com o PMDB mineiro, que apoiara a candidatura de Newton Cardoso ao governo do estado, transferiu-se para o Partido Liberal (PL). Concorreu ao governo de Minas Gerais pela Coligação Movimento Democrático Progressista, mas foi derrotado pelo candidato do PMDB. Em 1989, concorreu à vice-presidência da República na chapa de Fernando Collor de Melo, ambos na legenda do PRN, vencendo a eleição no segundo turno. Com o afastamento de Collor em virtude de processo de impeachment, assumiu o cargo de presidente da República, em caráter provisório, em 2 de outubro de 1992. Foi efetivado no cargo em 29 de dezembro de 1992, após a renúncia do presidente Collor. Com o término do mandato presidencial, tornou-se embaixador do Brasil em Portugal (1995-1996) e na Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington (1996-1998). Em 1998, foi eleito governador de Minas Gerais na legenda do PMDB. Itamar terminou seu mandato em 2003 e desde então passou a ser embaixador do Brasil na Itália, cargo que abandonou em 2005. Em 2006, tentou candidatar-se para Presidente da República pelo PMDB, competindo pela indicação do partido com Anthony Garotinho, ex-governador do estado do Rio de Janeiro. Porém, no dia 22 de maio, anunciou sua desistência e sua intenção de disputar uma vaga no Senado Federal. Acabou perdendo a indicação Senado para Newton Cardoso. Na seqüência, anunciou o seu apoio à candidatura de Geraldo Alckmin para a Presidência da República. Desde 2002, apóia Aécio Neves, tanto em suas candidaturas ao governo de Minas Gerais, como à sua possível candidatura presidencial em 2010. Durante seu mandato como senador, foi vice-líder da oposição. Itamar Franco faleceu aos 81 anos de idade, em 2011.

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