Associação Cultural Acervo da Laje

Associação Cultural Acervo da Laje

Ano de criação: 2010

O Acervo da Laje é uma Casa, Museu, Escola localizado em duas casas no Subúrbio Ferroviário de Salvador, especificamente no bairro do São João do Cabrito e que tem treze anos de existência (2010-2013), coordenado por Vilma Santos e José Eduardo Ferreira Santos, de forma independente, sem qualquer apoio institucional ou governamental, sendo mantido às nossas expensas ou contribuições voluntárias e através de uma pequena lojinha de livros e catálogos doados pelo MAM Rio. Através de editais públicos temos realizado diversos projetos externos e de organização interna dos espaços, contando uma equipe local de produção cultural, arquitetura, fotografia, pedagogia e artística.
Durante os últimos treze anos, iniciados com a pesquisa “A arte invisível dos trabalhadores da beleza”, em 2009 a 2012, junto com Vima Santos e Marco Illuminati, fotógrafo italiano, várias coleções começaram a compor os dois espaços.
Com tipologias diversas, esses acervos e coleções são geralmente de bibliotecas, acervos pessoais, obras de arte, fotografias, croquis e desenhos de artistas, além da hemeroteca sobre o Subúrbio Ferroviário de Salvador, dentre outros.
Aberto à visitação pública, o Acervo da Laje tem seu principal canal de divulgação de atividades através das redes sociais e do "boca a boca”, forma de comunicação que parte das experiências realizadas no espaço.
METODOLOGIA
A metodologia adotada tem três pilares importantes para essa constituição de acervos dentro do Acervo da Laje. São elas: a pesquisa, aquisição com nossos recursos financeiros, recebidas em doação ou encontradas em descartes na cidade e passam por um processo de registro, catalogação, limpeza e cada uma das peças vai compondo um mosaico que se constitui um grande volume de materiais e obras que servem às pesquisas que realizamos, assim como as exposições e mostras que ocorrem nos espaços.

Por se tratar de acervos complexos e adquiridos nos últimos treze anos, vamos listar alguns deles:

1. Hemeroteca do Subúrbio Ferroviário de Salvador: composta por centenas de recortes de jornais, além de revista, é um espaço de pesquisa permanente sobre o território e foi sendo constituído por iniciativa dos coordenadores dos espaços e foram tratados, catalogados e digitalizados por uma equipe composta por uma arquivista e seis jovens do território.
2. Azulejos de Prentice Carvalho, Reinaldo Eckenberger, Emílio Ugarte, Cláudio Pastro, alguns recebidos de outros países, alguns coloniais e outros antigos e contemporâneos e agora os de José Eduardo, mapeando, através de desenhos, a memória local: foram adquiridos através de compra, doação e produção durante os últimos treze anos. Muitos deles estão presentes nas paredes, escadas, balcões, além de uma grande reserva técnica.
3. Raridades bibliográficas, manuscritos e livros autografados: nas duas bibliotecas presentes nas Casas 1 e 2, há coleções de raridades bibliográficas e livros autografados que já pertenciam a José Eduardo Ferreira Santos e uma quantidade considerável que foram recebidos em doações ou comprados, principalmente livros sobre história da Bahia, a coleção Brasiliensia Documenta.
4. A coleção de livros de futebol e poesia baiana do senhor Edson Barbosa Bulos: doados por sua filha, essa biblioteca é uma das mais completas sobre futebol, tanto da Bahia, quanto do Brasil, montada por ele ao longo da vida. E ainda há a coleção de literatura de cordel sobre futebol, palestras e cordéis inéditos, hemeroteca sobre futebol e do Banco da Bahia, de Clemente Mariani.
5. Croquis e desenhos de artistas do Subúrbio Ferroviário de Salvador: doadas pelos artistas ou seus filhos, mostram os processos de criação de obras desde a década de 1970 aos dias atuais. Dentre eles temos obras de Ray Bahia, escultor em alumínio, de Periperi e Otávio Bahia, escultor em madeira, de Fazenda Coutos, ambos bairros do Subúrbio Ferroviário de Salvador.
6. Esculturas e máscaras em madeira, de César Bahia, Otávio Bahia, Adilson Baiano Paciência, além de escultores anônimos: todas elas adquiridas em espaços como o Mercado Modelo, antiquários, feiras e dos próprios artistas, é um panorama das artes em madeira na Bahia e no Brasil.
7. Acervos de fotografias, cartões postais e negativos encontradas em descartes, além do acervo da Oi Kabum!, doado pela responsável pela instituição: são negativos referentes à história do território, outros de pessoas anônimas, além de exposições completas realizadas pela instituição. No futuro os negativos serão escaneados, haja vista que possuímos o scanner de negativos.
8. Acervo de cinema Tuna e Yara Espinheira: constitui-se com uma coleção de troféus, cartazes de curta–metragens do cineasta, além de sua biblioteca.
9. Conquiliologia do Subúrbio: realizada desde o surgimento do Acervo da Laje, essa foi uma coleção constituída continuamente, até os dias de hoje, para mostrar a diversidade da vida marinha do território, através de conchas que são descartadas depois da mariscagem e da pesca, além de encontrar fragmentos de antigos sambaquis.
10. Coleção arqueológica do Subúrbio Ferroviário de Salvador: Composta por cerâmicas antigas, fragmentos de garrafas, ladrilhos hidráulicos, tijolos das antigas olarias do território e louças dos séculos passados encontradas em nossas praias.
11. Acervo Ronilda Noblat: doado por sua nora, este acervo é constituído por documentos, fotos e reportagem sobre essa grande advogada que atuou durante a ditatura militar defendendo os presos políticos.
12. Coleção do artista e morador em situação de rua Indiano Carioca: foram adquiridos desde o início do Acervo da Laje, quando Indiano Carioca ocupava um dos arcos da Baixa do Bonfim e se constitui como uma coleção de obras de arte única, onírica, transcendental e que tem provocado imaginário coletivo por conta de suas formas, traços e particularidades das obras, geralmente quadros pintados sobre madeiras de aglomerado e com temas diversos.
13. Coleção de quadros do artista Zaca Oliveira: O artista Zaca Oliveira, desde que conheceu o Acervo, tem promovido para nós a compra e doação de suas obras, entre quadros e esculturas que retratam o cotidiano das periferias.
14. Coleção de esculturas de Nailson Barros: Escultor em madeira, Nailson Barros tem a particularidade de realizar esculturas as mais diversas, dentre elas a de pessoas trans e foi doada pelo artista quando o mesmo deixou a cidade do Salvador, transferindo-se para o interior do Estado da Bahia.
15. Coleção de esculturas de César Bahia: As obras de César Bahia fazem parte do imaginário das artes da Bahia, com suas esculturas de máscaras e Orixás, aprendidas com o seu pai, o genial escultor Otávio Bahia.
16. Biblioteca do Professor José Cavalcante Teixeira Filho: a biblioteca foi doada por sua filha e contém livros da transição do século XIX até a contemporaneidade, cujas temáticas variam de literatura, direito, poesia, dentre muitos outros gêneros.

De terça a domingo, das 9h às 17h.

Catalogados e digitalizados no site www.acervodalaje.com.br e acessíveis presencialmente.

BR BAACAL

Final

Completo

• português do Brasil

• Cadastro Nacional de Entidades Custodiadoras de Arquivos (CODEARQ) (Thematic area)