Área de identificação
Código de referência
Título
Data(s)
- 1955 - 2013 (Produção)
Nível de descrição
Fundo/Coleção
Dimensão e suporte
Filmográficos -filme(s) cinematográfico(s) - 40 item(ns)
Área de contextualização
Nome do produtor
Biografia
Paulista nascido no Bixiga em 1928, filho do alfaiate Antônio Pereira dos Santos (1897-1970) e da dona de casa Angelina Binari dos Santos (1900-1992), teve contato desde cedo com o cinema, já que seu pai tinha o hábito de leva-lo ao Cine Teatro Colombo, não raro passando tardes inteiras de domingo assistindo aos filmes em cartaz. Plantava-se a semente.
Durante a adolescência, Nelson participa de cineclubes e iniciativas de teatro amador. Em 1947, liga-se ao grupo Os Artistas Amadores, do qual fazem parte os atores Paulo Autran (1922-2007) e Madalena Nicol (1917-1996). Simultaneamente, desperta o seu público interesse pela política. Filia-se ao Partido Comunista Brasileiro, de onde sairia apenas em 1956. Ainda em 47, ingressa na carreira jornalística, sendo revisor do Diário da Noite. O dinheiro é utilizado para ajudar em casa e pagar a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, a na época famosa Academia do Largo São Francisco. Mesmo que o estudo na área não tenha o marcado consideravelmente, ficava feliz de frequentar o mesmo espaço acadêmico outrora desfrutado por Castro Alves, um dos escritores que mais o influenciou. Nelson mantém a seara jornalística como atividade mesmo após ingressar no cinema. Atua como redator no Diário Carioca (1956-1958) e no Jornal do Brasil (1958-1969), revelando paixão pelas palavras. Mas, em 1949, empreende uma viagem à França que define os rumos de sua vocação cinematográfica. Frequenta a Cinemateca Francesa, de Henri Langlois, e toma contato com a efervescência cultural pós-guerra em Paris. Foram dois meses imprescindíveis.
Logo ao retornar ao Brasil, realiza seu primeiro filme. Juventude (1950) é um documentário média-metragem em 16mm sobre diversos trabalhadores da cidade de São Paulo, destinado ao Festival da Juventude, encontro de estudantes comunistas na Berlim Oriental. Essa produção teve o negativo perdido, mas, segundo o próprio Nelson, configura um evento vital, pois a partir dela houve a descoberta definitivamente do cinema. Imediatamente após, veio um documentário inacabado, o que encerrou a espécie de prólogo amador de uma carreira que rapidamente se tornaria profissional. Decidido a mergulhar profundamente na experiência cinematográfica, Nelson atua como assistente de direção em Balança, Mas Não Cai (1952), de Paulo Vanderlei, O Saci (1953), de Rodolfo Nanni, e Agulha no Palheiro (1953), de Alex Viany. A partir de 1953, fixa residência no Rio de Janeiro, cidade em que os contrastes sociais gritam cotidianamente, onde Nelson encontra mais correspondência aos seus ideais políticos e artísticos. Bem diferente do cinema realizado em São Paulo, pela Vera Cruz, cuja preocupação com a qualidade era primordial, Nelson quer mostrar na telona as aspirações do povo, suas histórias e a luta de uma gente que pena para viver num país desigual e cheio de contradições.
[...]
A última ficção de Nelson Pereira dos Santos para o cinema é Brasília 18% (2006). Protagonizada por Carlos Alberto Riccelli e Malu Mader, fala sobre os bastidores de uma investigação pericial que pode implicar questões de cunho político. A partir dele, o mestre se dedica aos documentários, primeiro, com Português, a Língua do Brasil (2009), e, segundo, debruçando-se duplamente sobre a obra de outro gênio da raça, o maestro Tom Jobim, com A Música Segundo Tom Jobim (2012) e A Luz do Tom (2012). Em 2006, Nelson se torna o primeiro cineasta a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras. Era dele o lugar de número sete, que pertencera a Sergio Correia da Costa e cujo patrono era Castro Alves. Durante 49 anos, foi casado com a antropóloga Laurita Andrade Sant’Anna dos Santos, que faleceu em junho de 1999. Internado no Hospital Samaritano, na zona sul carioca, para o tratamento de uma pneumonia, Nelson foi diagnosticado com um câncer agressivo no fígado. Ele morreu aos 89 anos, deixando um legado de valor incalculável ao cinema e à arte do Brasil.
Entidade custodiadora
História arquivística
Documentos audiovisuais deram entrada em regime de comodato (processo nº 00320.000230/2006), encaminhados pela Cinemateca Brasileira em 2006.
Procedência
Regina Filmes Ltda - 2005 - comodato - 13
Regina Filmes Ltda - 2005 - comodato - 14
Regina Filmes Ltda - 2005 - comodato - 15
Regina Filmes Ltda - 2005 - comodato - 16
Regina Filmes Ltda - 2005 - comodato - 18
Área de conteúdo e estrutura
Âmbito e conteúdo
Acervo Nelson Pereira dos Santos.
Avaliação, selecão e temporalidade
Ingressos adicionais
Sistema de arranjo
Identificado
Área de condições de acesso e uso
Condições de acesso
Com restrição - Acessível apenas presencialmente
Observações
Pelo contrato de comodato firmado, o Arquivo Nacional acha-se autorizado a utilizar de forma integral ou parcial, sem fins comerciais, cópiasdas obras audiovisuais depositadas em pesquisas, eventos e exibições em suas dependências, bem como dar acesso a terceiros sob a formade consulta.
O Arquivo Nacional não dispõe de equipamento para projeção ou reformatação de películas cinematográficas. A consulta a esses materiais éfeita em mesa de revisão, quadro a quadro, sem som.
Outras condições
De acordo com o contrato de comodato, o Arquivo Nacional está autorizado a dar acesso aos documentos em suas dependências, sendo vedados, no entanto, o fornecimento de cópias e a retirada para exibição ou reformatação, salvo quando expressamente autorizados pelo comodante.
Condiçoes de reprodução
Idioma do material
- português do Brasil
Script do material
Notas ao idioma e script
Características físicas e requisitos técnicos
Instrumentos de pesquisa
Área de fontes relacionadas
Existência e localização de originais
Existência e localização de cópias
Unidades de descrição relacionadas
Área de notas
Nota
Outras
Registro efetuado conforme informação encaminhada pela CODAC em 18/12/2023.
Nota
Responsável da descrição
Ana Carolina Reyes
Nota
Unidade Custodiadora
Coordenação de Documentos Audiovisuais e Cartográficos - CODAC
Identificador(es) alternativos
Pontos de acesso
Pontos de acesso de assunto
Pontos de acesso local
Ponto de acesso nome
Pontos de acesso de gênero
Área de controle da descrição
Identificador da entidade custodiadora
Regras ou convenções utilizadas
Status
Final
Nível de detalhamento
Completo
Datas de criação, revisão, eliminação
Idioma(s)
- português do Brasil